Eurovisão: Salvador Sobral sentiu pela primeira vez que “gostava de ganhar”

TEXTO: Ana Filipe Silveira

A emoção que experienciou na primeira semifinal da Eurovisão fez com que Salvador Sobral admitisse que, pela primeira vez, gostava de ser eleito vencedor do certame de música.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao espetáculo, o cantor transmitiu uma mensagem política, realçando a problemática que se vive na Europa com os refugiados.

Salvador Sobral sagrou-se finalista do Festival Eurovisão da Canção, posição que Portugal não alcançava há sete anos. Minutos depois de atuar, o cantor afirmava sentir-se “bem” e feliz pelas “pessoas terem percebido a mensagem da canção”. “Era tudo o que eu queria”, reconheceu, visivelmente satisfeito.

Mais tarde, na conferência de imprensa em que participou junto da irmã Luísa Sobral, que compôs o tema “Amar Pelos Dois”, deu continuação ao seu raciocínio: “Isso mostra que a música é uma linguagem universal. Quando se canta com o coração, as pessoas compreendem”. Salvador admitiu que, “pela primeira vez”, sentiu “que gostava de ganhar”. “Devo confessar que ao início estava um bocadinho ‘embriagado’ com tudo isto e agora estou com vontade de ver até onde isto vai”, acrescentou em entrevista à RTP.

Tal como a Notícias TV já tinha noticiado, Salvador Sobral deu uso à exposição mediática europeia que tem tido para falar sobre a situação por que passam atualmente milhões de refugiados. “Quando vim para aqui pensei imediatamente nos refugiados, porque eles estão a vir dos seus países para fugir à morte. Não se enganem: estas pessoas não são migrantes, são refugiados a fugir à morte”, afirmou na conferência de imprensa após a primeira semifinal do certame de música.

Envergando uma camisola com a mensagem “S.O.S. Refugees” (em português “S.O.S. Refugiados”), Salvador defendeu que a Europa devia “ajudar a criar corredores legais e seguros entre os países” e não dificultar com os processos burocráticos que lhes são impostos em determinados países. “Não posso dizer que a Europa não está a esforçar-se, mas há tanta burocracia nos campos de refugiados na Grécia, Turquia, Itália, e podemos diminuir isso. [Por exemplo], eles pedem certidões de nascimento a pessoas que acabaram de chegar em barcos de borracha”, exemplificou.

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“Se somos chamados de humanos e não de animais, temos que ser humanitários”, conclui, merecendo comentários da plateia que o ouviu atentamente.

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