“Mas alguma vez o Nicolau morre? Ele nunca morre”

O programa de Herman José “Cá por Casa”, da RTP1, reúne figuras próximas de Nicolau Breyner e presta-lhe homenagem, um ano após a sua morte.

O programa de entretenimento “Cá por Casa”, de Herman José, desta quarta-feira, dia 7 de junho, é especial: O formato prestará homenagem a Nicolau Breyner. O ator morreu a 14 de março de 2016 e, mais de um ano depois, familiares e amigos do artista juntaram-se para partilharam memórias e vivências em comum.

Herman José contou à N-TV que a ideia não partiu de si, mas que aderiu a ela imediatamente. “A ideia de dedicar o último programa desta série ao Nicolau veio da produtora [Valentim de Carvalho] e eu achei a ideia giríssima. No entanto, não quis fazer um programa triste e pesado. Quis fazer um programa que divertiria a Nicolau se ele estivesse em casa a ver”, confidenciou o humorista.

Mafalda Bessa, Sílvia Rizzo, Felipa Garnel, Teresa Guilherme e António Pedro Vasconcelos são os convidados desta emissão, que arranca às 22h35 na RTP1. A ex-mulher de Nicolau Breyner frisou que o ator “teve a sorte ver o seu trabalho reconhecido e era muito agradecido”.

“Não ligava às críticas, ele ligava sempre à parte boa. Agradecia as pessoas gostarem dele”, referiu Mafalda, que aproveitou para pedir aos colegas de profissão para não deixem morrer a sua memória: “Relembrem-no, para que ele não seja esquecido”.

Sílvia Rizzo, que se estreou como atriz na novela “Roseira Brava”, em 1996, dirigida por Breyner, recorda aquele que é tido como o pai da ficção portuguesa como “uma pessoa muito atenta e preocupada”. “Ele estava sempre presente, ele preocupava-se”, disse. Também Felipa Garnel, que inicialmente trabalhou como atriz com Nicolau no programa “Homens da Segurança”, em 1987, diz dever-lhe ter descoberto “o que não queria fazer na vida”. “Eu não queria ser atriz”, frisou a jornalista.

Para Teresa Guilherme, “a coisa mais extraordinária que o Nicolau fez foi morrer”. A apresentadora utiliza esta expressão para traduzir o que sentiu quando a notícia lhe foi dada: “Pensei que era um disparate. Mas alguma vez o Nicolau morre? Ele nunca morre”, explicou.

Aliás, a morte súbita do ator, por ataque cardíaco, ainda está muito presente na vida daqueles que lhe eram mais próximos. “Uma coisa que nos une a todos é que nenhum de nós ainda se capacitou de que não nos vamos cruzar com ele por aí, algures num café”, desabafou Herman José, que tinha uma ligação quase paternal com Nicolau. “Ele adorava-me porque se revia na minha educação e no meu sentido de humor, e eu obviamente olhava para ele um bocadinho como um pai”.

“Cá por Casa” conta ainda com a atuação musical de António Zambujo, que vai interpretar uma música de Vinicius de Moraes, “Amigo de Copos de Nicolau”.

TEXTO: Ana Filipe Silveira