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Ana Rita Clara revela que o novo projeto a transformou

Fotografia: Instagram de Ana Rita Clara

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Ana Rita Clara está de regresso ao pequeno ecrã. A partir do dia 3 de outubro vai ser possível voltar a ver a apresentadora, mas desta vez na TVI.

A também “digital influencer”, de 42 anos, vai conduzir o programa “Humanos” e esteve à conversa com a N-TV e falou sobre o novo projeto, que se espera ser de emoções fortes e retratar vidas reais.

“Temos duas perspetivas em relação ao ‘Humanos’, a perspetiva pessoal enquanto autora e criadora e pessoa que conduz as próprias conversas com estes protagonistas, porque estas pessoas é que são os protagonistas, e isso traz e trouxe para mim e para a minha equipa emoções muito fortes”, começou por dizer.

“Transformou-me, deu-me um olhar sobre a vida real completamente diferente, era esse o meu propósito desde o início quando criei e comecei a pensar no ‘Humanos’, em plena pandemia. A ideia de eu própria me retirar da minha zona de conforto porque vinha também de um formato de um talk-show dentro de estúdio, que adoro, mas também já sentia falta de estar em contacto o mundo real cá fora”, acrescentou.

A comunicadora referiu ainda que esta foi uma experiência transformadora para si.

“De facto as emoções em partilha com a minha equipa que fui sentindo foram transformadoras, colocou-me em perspetiva com o que é realmente de valor na vida, o que realmente importa, o que é que nós valorizamos a determinada altura e pode ou não ter tanta importância assim, o valor da família, o valor da herança, da tradição familiar, uma série de emoções, de alegria, também de uma revolta em muitos momentos porque às vezes ficamos um pouco perplexos como existem tantas injustiças ou existem pessoas que têm acesso a tantas coisas e outras que têm de lutar muito mais para lá chegar”, explicou.

“Dá para ter uma perspetiva da vida real de uma outra maneira. Em suma é trazer uma grande riqueza humana que a mim me preencheu muito de cada vez que filmava, de cada vez que criava, de cada vez que trabalhava um guião que é sempre improvisado porque vive muito do momento, portanto, a mim só me enriqueceu porque são vidas muito reais, não temos maquilhagem, não temos filtros do Instagram, não temos grandes efeitos, são as coisas como elas são, profissões reais com dificuldades e alegrias que essas pessoas vivem”, referiu.

‘Humanos’ foi pensado durante a pandemia, altura em que Ana Rita Clara começou a pensar no seu futuro e na forma encarava a televisão e sobre o que queria criar.

“De repetente move-me uma vontade muito grande de começar a pesquisar e criar aquilo que realmente com o qual me identificaria portanto, foi muito simples, um click muito evidente e sentido de que estávamos no momento e de que as pessoas estavam cada vez mais desligadas umas das outras implicitamente desligadas, mas nunca como dantes tínhamos sentido a necessidade de estar próximos. E porque não criar algo em televisão que nos pudesse ligar e conectar? E porque não aproveitar o momento para humanizar a televisão e tentar criar um formato que fosse à origem das coisas?”, disse.

“Queria criar um conceito diferente e que me retira-se da minha zona de conforto e fosse uma oferta diferente também para o público”, completou.

Com dez episódios, ‘Humanos’ é uma série que ” procura revelar, evadir e descobrir as profissões e as escolhas de vida de dez ou mais pessoas”.

“Existe sempre um protagonista na nossa narrativa, mas é muito mais que isso porque a partir desse protagonista, dessa profissão, dessa vida vamos depois descobrindo tudo o que existe à volta e aí está a riqueza do programa”, explicou.

A também Senior Advisor da TVI Ficção revelou que o primeiro episódio desta série é focada nos pescadores e nas suas rotinas, vida e dificuldades.

“Quando eu e o meu realizador começamos a conjeturar e a pensar no que íamos gravar eu disse: ‘Quero ir para o mar’. Não há nada mais português e nada mais humano, acho que efetivamente temos de devolver isso aos portugueses do agora, temos de deixar de nos sentirmos pequenos, pensar que já fomos grandes mas ainda continuamos a ser. De uma forma romantizada vamos começar com os pescadores. Desde o momento que pensei nos pescadores as coisas começam a acontecer e os contactos a fluir. Eu tinha estado a fazer uma campana de uns ténis feitos a partir de plásticos tirados do mar e tinha já uns contactos dessa altura de pescadores e famílias que viviam na Trafaria e na Costa da Caparica e voltei a falar com essas pessoas, a explicar o conceito e desde o início a abertura foi enorme. Portanto o processo desde esse momento tornou-se claro que devia ser um processo muito pessoal e intimista porque as pessoas precisavam de saber o que íamos fazer para depois se irem dando”, explicou.

“A lógica aqui é ter uma narrativa efetivamente para mim inovadora no sentido da estética que apresenta, a forma como é abordado, a forma também como as pessoas ganham palco e são elas os protagonistas, mais que uma entrevista de uma apresentadora que está a fazer uma pergunta. Criei o programa mas quero que as pessoas entendam que estou em segundo plano e que o interessa são essas pessoas e as histórias. (…) Nós podemos imaginar o que é um pescador e a dificuldade que ele vive, mas estar com ele a jantar com a família e no barco no meio do mar, estar com eles a ouvir dizer ‘ eu não sei se vou regressar hoje do mar mas vou na mesma. O que é que move essas pessoas? Era essa minha curiosidade”, afiançou.

Ana Rita Clara revelou ainda que uma das maiores lições que retirou de todo este projeto foi a humildade, bem como a fé e a vontade de querer fazer e acreditar.

“Vinha-me embora a pensar porque é que nós temos um conceito de felicidade tão diferente do que deve ser, porque é que nós valorizamos determinadas coisas que não devemos”, confessou.

Durante o programa a apresentadora vai surgir em antena “sem maquilhagem, sem artifícios, sem nada”.

“Chorei muito durante as filmagens, emocionei-me muito, houve momentos em que tive de parar e a pessoa também, muitos abraços, muita conexão, aquelas mudanças de vida, em que a pessoa está a contar que a determinada altura pôs em causa se o que fez era o correto para os filhos e ao estar a ouvir aquilo sentes um murro no estômago”, afirmou.

A comunicadora explicou ainda o que pretende com este novo projeto.

“Nós procuramos que as pessoas reflitam sobre o outro, que as pessoas eventualmente se tornem mais empáticas, tenham curiosidade por descobrir o outro, reflitam sobre as suas próprias vidas a partir daquilo que vem no ‘Humanos’, que se tornem mais humanas também e que agarrem este meu convite para viver a experiência que é o ‘Humanos’ durante 25 minutos e que sejam contagiados e gostem, que vejam do início ao fim esta viagem por estas histórias de vida”, referiu.

Quase dois anos sem fazer televisão, o seu último projeto foi o talk-show “Faz Sentido”, na SIC, o regresso ao pequeno ecrã garante que está a “ser maravilho”

“Sinto que de facto que o aconteceu foi uma espécie de hiato, uma paragem mas ao mesmo tempo um redefinição de toda a minha vida e de tudo aquilo que estava a fazer, porque saio de muitos anos num outro canal, uma paragem também provocada pela pandemia. Mas isso depois deu-me tempo, claro que nada é fácil nada é simples, choramos muito, questionamos, ficamos felizes quando já vemos a luz ao fundo do túnel no que estamos e queremos fazer da nossa vida, mas deu para redefinir tudo o que queria fazer, deu para criar a minha plataforma, anaritaclara.pt, deu para apostar no digital, começar com a ARC na cozinha, solidificar essa parte do digital que também que gosto muito. A partir dai comecei a perspetivar o futuro em televisão”, revelou.

A fundadora da organização “Change It” referiu também que durante esse período pandémico voltou a morar com os pais e com seu filho, algo que fez com que começasse a ver a vida de outra maneira.

Gravar num contexto pandémico não foi fácil e exigiu algumas adaptações.

“Foi muito difícil, tudo foi gravado com todas as seguranças, todos com teste quando íamos gravar, todos com a devida distância, mas confesso que houve um ou outro momento em que sucumbi e abracei ou no mínimo agarrei as mão dez minutos a chorar com a pessoa”, confessou.

“Humanos” é um formato composto por dez episódios, de 25 minutos e que será transmitido antes do “Jornal da Uma”, na TVI. Na TVI Player também estarão disponíveis cinco episódios de cinco minutos com conteúdos que não passam na TVI generalista. O programa irá passar ainda na TVI Ficção. No fim do projeto vai-se realizar uma exposição fotográfica sobre o projeto e as pessoas que o integram.