“Vento Norte”, a nova série da RTP, tem valido críticas muito positivas à estação pública. António Melo, um dos atores, adianta que a direção “fugiu aos clichês”.
É uma das séries do momento na ficção nacional. “Vento Norte” é um romance histórico que se passa nos antes do Estado Novo de Salazar a a narrativa é acompanhada pela família Mello, um clã abastado de Braga. Pelo meio, há segredos, tramas políticas e muita paixão. Com Almeno Gonçalves, Sisley Dias, Joana de Verona, Ana Zanatti ou Margarida Carpinteiro, “Vento Norte” é uma ideia original de João Lacerda Mattos, Almeno Gonçalves e João Cayatte.
António Melo, que integra o elenco, falou sobre a série com a N-TV, durante a recente transmissão da cerimónia dos Óscares pela RTP. “Correu maravilhosamente, é um projeto de grande envolvimento de toda a gente e há um grande envolvimento pessoal meu, por toda a amizade que tenho com o Almeno Gonçalves, que foi o grande impulsionador e sonhador da série. Como parceiro de quase 40 anos sinto-me um pouco parte disto”, refere António Melo que, na série, dá vida a “João Ferro”, o feitor da família Mello, íntegro, fiel ao patrão e às ideias monárquicas.
“Neste momento, os telespetadores estão a aderir, a série foi feita com muito amor e rigor e tentámos fugir a alguns clichês”, refere o ator, que dá exemplos: “Assumimos sotaques. A ditadura dos sotaques é a mesma da estética do poder. Se alguém for a Braga percebe que as pessoas lá não falam todas de forma igual. Entre famílias há irmãos com sotaque mais ou menos carregado. Em Lisboa a mesma coisa. A diversidade e a liberdade de cada um se expressar na sua própria forma natural é fundamental que também esteja na ficção”, defende o também diretor de atores de “Vento Norte”.
“A equipa técnica e artística foi feita com muito critério, assim como o ‘casting’. Os atores são belíssimos, mas houve uma grande atitude profissional e humana. A produtora Recados do Mundo está a lançar o seu primeiro projeto e era muito importante que todas as pessoas estivessem imbuídas neste espírito. Nós filmamos em plena pandemia e nunca tivemos um problema!”, remata António Melo.
