Depois da produtora Anna Graham Hunter e da argumentista Wendy Riss Gatsiounis terem acusado Dustin Hoffman de assédio sexual, a atriz Kathryn Rossetter veio agora a público afirmar que também foi vítima do ator.
O caso de Kathryn Rossetter terá ocorrido durante os ensaios de “A Morte de um Caixeiro Viajante” para a Broadway, em 1983. A atriz é a terceira mulher a acusar Dustin Hoffman de assédio: “Ele abusa do poder e é um porco com as mulheres”, escreve a atriz numa crónica no “The Hollywood Reporter”.
Rossetter descreve que Hoffman começou por lhe pedir “massagens nas costas” e que a sua conduta depressa ultrapassou os limites. “Uma noite, em Chicago, senti a mão dele por dentro das minhas cuecas de um dos lados das minhas coxas. Fiquei completamente surpreendida e tentei afastá-lo enquanto olhava para o palco à procura das minhas falas”, aponta, recordando que os abusos eram permanentes, uma vez que contracenavam em “seis ou oito espetáculos por semana”.
“Isto foi o início do que se tornaria numa experiência
horrível, desmoralizante e abusiva às mãos
(literalmente) de um dos meus ídolos.”
Kathryn Rossetter
A artista disse ainda ter, “por sorte”, “uma fotografia, em que a câmara o apanha em flagrante”. “Uma fotografia que tirei na esperança de a enviar à minha família. Ali estava eu – um grande sorriso e um braço na direção do braço dele, com a intenção de o afastar. Fotografada como fui, parece que estou complacente com o gesto. Não estava. Nunca estive”. Na imagem, Hoffman parece ter a sua mão num dos seios da atriz.
New Dustin Hoffman Accuser Kathryn Rossetter Says That Her Dream Job On Broadway Quickly Became 'Horrific' With Continued Harassment And Groping From Hoffman pic.twitter.com/CoDZK1IlrS
— TnB Opinions (@TnBopinions) 8 de dezembro de 2017
Kathryn Rossetter chega a afirmar que muitos dos abusos eram praticados à frente do restante elenco e que foi aconselhada a não fazer queixa para não perder o trabalho.
No final da sua crónica, o “The Hollywood Reporter” coloca a seguinte nota: “Quando lhes foi pedido que negassem ou comentassem as alegações de Rossetter, os representantes de Hoffman negaram-se a dar-nos uma declaração. Mas os seus advogados colocaram o ‘Hollywood Reporter’ em contacto com muitas outras pessoas que trabalharam em ‘A Morte de um Caixeiro Viajante’. Elas não se lembram de testemunhar qualquer conduta descrita por Rossetter e questionam o seu relato. Essas pessoas incluem Lee Gottsegen, cunhado de Hoffman, as atrizes Anne McIntosh, Debra Mooney e Linda Hogan, os atores Michael Quinlan e Andrew Bloch e o gerente de palco e produção Tom Kelly. ‘Isso simplesmente não corresponde à verdade’, diz Kelly. ‘Dada a minha posição, é um insulto dizer que esse tipo de conduta iria continuar até o ponto da violência sexual’”.
TEXTO: Ana Filipe Silveira