Cabos elétricos do tamanho de duas pontes e palcos que pesam dois aviões: os números do Rock in Rio Lisboa

Rock In Rio
Fotografia: Rita Chantre / Global Imagens

A 18 dias do início do Rock in Rio Lisboa, o Parque da Bela Vista já apresenta algumas estruturas montadas. Conheça os números do maior festival de música de verão.

Os praticantes de “jogging” ou de skate que elegem o Parque da Bela Vista para a atividade física já se cruzam, por estes dias, com muitas estruturas do Rock in Rio Lisboa totalmente montadas. O evento, que ocorre naquele espaço verde a 18 e 19 e a 25 e 26 de junho, já exibe o Palco Mundo, a área VIP, parte da cenografia da Rock Street ou o chef’s Garden

A 18 dias do início do espetáculo, os números da mega estrutrura são impressionantes: o comprimento dos cabos elétricos é equivalente ao de duas pontes Vasco da Gama, o consumo de energia (10.000 KVA) dá para alimentar três mil casas durante um mês, o peso total de todos os palcos juntos é equivalente ao de dois aviões Airbus A320 e a altura dos palcos juntos equivale a um prédio de 24 andares.

Números que impressionam, mas todos os olhos vão dar ao Palco Mundo e à maior clareira do festival. Imponente com as suas chapas brancas onduladas, para aumentar a qualidade de som e beneficiar a iluminação, a estrutura é a “joia da coroa” da organização.

“O Roberto Medina (n.r.: que idealizou o festival nos anos 80) sempre quis uma coisa diferente e então usámos estruturas grandes e volumosas. A forma como o público se comporta perante isso é completamente diferente”, conta Ricardo Acto.

Para o responsável pelas Montagens, Operação e Produção “a quantidade de som e imagem ali não tem igual no Mundo”. “Batemos recordes, nomeadamente em termos de som. Do ponto de vista técnico permitimos que qualquer banda traga o que quiser, o que não é comum”, defende.

Há quatro anos, o cantor norte-americano Bruno Mars fez 23 espetáculos na Europa e só mostrou no Twitter o Rock in Rio Lisboa com a expressão “uau, parece um milhão, que visão fantástica”.

Ricardo Acto justifica: “Em termos cenográficos do Palco Mundo houve uma conceção em 2008 a recriar as ondas, pelo impacto sonoro, e foi tão elogiado a nível internacional que já foi andando: fez Lisboa, Madrid, Las Vegas e aqui está ele de novo”.

Quando for criada uma nova estrutura (já lá vamos) as peças do Palco Mundo vão ser transformadas em arte. “Poucas estruturas têm aquela história e o Palco Mundo foi criado e desenvolvido em Portugal. Este ano, por acaso, o Brasil vai ter um palco novo porque é impossível enviar este para lá”, conclui Ricardo Acto.

A equipa sexagenária de Sintra

Com o peso total de 80 mil pacotes de arroz, segundo a organização, o Palco Mundo tem uma capacidade de cobrir dois camiões suspensos. Uma megaestrutura que põe mais de uma centena de profissionais em ação. Andreia Peres, da equipa de montagens, engenharia e cenografia, revela que esta, nas quais se destacam as chapas brancas, é montada por três pessoas. “Têm 60 anos, são de Sintra e já é a 12.ª vez que montam este palco. Montam, também, no Brasil. A parte da estrutura já leva talvez dez pessoas, o número pode oscilar”.

Para o palco ficar concluído foram precisos dois meses. “No dia 15 temos de ter isto pronto, então trabalhámos com mais folga, para poder ter uma margem de atraso”.

Certo é que, para já, não se mexe na estrutura. “O Roberto (Medina) diz que, para mexer, tem de ser uma grande intervenção. Não fizemos alterações e para as realizarmos teriam de ter um impacto muito grande. No Brasil já vamos mudar”, refere Andreia.

A responsável mostra-se rendida à forma da estrutura, o que parece seduzir, também, os espetadores do festival. “A forma dele, concava… ele é muito harmonioso, impactante e aquela cor branca… ele já teve uma chapa metalizada, agora é branco e parece que duplicou o tamanho. Todas as pessoas acham que parece maior”, remata.