Foi há três anos que o país recebeu a notícia da morte de Sara Carreira, com apenas 21 anos, após um despiste automóvel na A1.
A morte de Sara Carreira, filha mais nova de Tony Carreira e Fernanda Antunes, chocou o país. A 5 de dezembro de 2020, uma colisão entre quatro veículos ligeiros na autoestrada A1 revelou-se fatal para a jovem, de 21 anos, e causou três feridos, um dos quais com gravidade – o ator Ivo Lucas, namorado da artista que seguia ao volante do automóvel.
Após a morte precoce da cantora, os pais criaram a Associação Sara Carreira, que tem como objetivo ajudar jovens carenciados. A iniciativa conta, ao dia de hoje, com 42 bolseiros e um hino, “Leva-me a Viajar”, tema inédito escrito pela própria Sara antes da tragédia.
Numa emissão especial da SIC, “Sementes do Futuro”, Fernanda Antunes recordou a filha: “A Sara era um ser bem diferente e de uma bondade. Era tão querida, tão doce e preocupava-se com todos. Para ela não havia pobre nem rico”. “Quero que os bolseiros da Associação Sara Carreira se lembrem da minha filha”, disse, ainda, a mãe emocionada.
Ao longo dos últimos anos, o sofrimento era visível na cara da família e as declarações de amor constantes. Recentemente, numa entrevista para o programa “Conta-me”, conduzida por Manuel Luís Goucha, Mickael Carreira falou sobre a irmã e explicou que a filha Beatriz, de seis anos, continua a ter memória da tia: “A Beatriz fala imensas vezes da Sara, que é uma coisa que… sei lá, já passaram tantos anos”.
O caso em tribunal
Só em outubro deste ano, no Tribunal Judicial de Santarém, é que arrancou o julgamento para apurar a responsabilidade da morte de Sara Carreira. Ivo Lucas relembrou, em lágrimas, os momentos que antecederam o acidente fatal: “Dirijo-me à Sara, porque eu estava a fazer uma personagem, e disse-lhe, era a nossa forma de falar, eu digo que a amo muito e que tenho muita sorte de a ter na minha vida. Ela diz-me: ‘E eu a ti’”.
Tony Carreira, por sua vez, mostrou-se desiludido com os testemunhos: “Tenho muita compaixão para dar e vender, mas não por mentiras”, referiu, na altura, acrescentando que “a amnésia está na moda nos tribunais”.
Após terem sido ouvidos todos os arguidos, o procurador pediu penas de prisão, suspensas, inferiores a cinco anos, estando, no caso de Ivo Lucas e de Paulo Neves, condutor que seguia em marcha lenta, sujeitas à frequência de um curso de prevenção rodoviária.