Carlão: “O ‘The Voice Kids’ respeita imenso os miúdos”

Carlão
Fotografia: Divulgação RTP

O músico é um dos mentores do “talent show” dos domingos da RTP1. Carlão explica porque, inicialmente, teve receio em aceitar o convite e que, agora, “está a correr lindamente”.

Carolina Deslandes, Fernando Daniel, Bárbara Tinoco e Carlão são os mentores dos pequenos concorrentes que todos os domingos à noite, na RTP1, mostram a sua voz no “The Voice Kids”. Este último, que volta a estar sentado na célebre cadeira vermelha do programa, revela, agora, em entrevista à N-TV que, na edição anterior, começou por ter receio em aceitar o convite da estação pública.

“Na edição passada aceitei um bocado a medo, estava expectante. Receava o próprio papel e a relação com os miúdos. Estar neste tipo de julgamento é algo para mim meio complicado, porque acho que não sou ninguém para aprovar ou desaprovar alguém”, afirma. “A verdade é que o ‘The Voice’ é um programa muito digno na forma como trata os seus concorrentes e respeita-os muito. Levei isso em conta quando e aceitei o convite e quando comecei a fazer percebi que gostava mesmo de estar neste papel. Foi surpreendente e até tive saudades quando acabou da última vez”, acrescenta, com um sorriso. Agora está aí mais uma edição, como sempre apresentada por Catarina Furtado. “Voltou, estamos aí e está a correr lindamente!”

Para Carlão é mais difícil dizer um “não” a um adolescente. “Acho que é muito mais difícil dizeres que não a alguém com 18 ou 20 anos do que alguém com dez. Aqui tem a vida toda pela frente e no ‘The Voice’ dos mais crescidos os concorrentes já têm muito mais objetivos, sonhos e menos tempo pela frente, ao contrário de uma criança”, nota.

Carlão
Fotografia: Divulgação RTP

“Nos miúdos ninguém gosta de não passar à próxima fase, mas nós tentamos dar ali um apoio e mostrar que aquilo é só um concurso. Não quer dizer que eles não vão vingar: olhem a Bárbara Tinoco, que não virou uma cadeira na edição do ‘The Voice’ e agora está a apresentar o ‘Kids’ e ainda tem 30 mil sucessos a tocar na rádio todos os dias!” refere.

“A mensagem que procuramos passar é que primeiro isto não é um não, é um ainda não e, depois, não é o fim de nada, pode ser o princípio”.

O maior desafio para o músico dos Da Weasel “é o gap geracional”. “Tenho uma filha de 12 anos e outra de sete e há muitas coisas que os miúdos ouvem que eu oiço também, mas há muitas mãos que não oiço. Acho que o desafio é passar músicas aos miúdos que eles não conhecem e estar pronto a receber as que eles conhecem e não conheço”.

Quanto às surpresas que os telespetadores ainda podem esperar nesta edição do “talent show”: “Há surpresas, principalmente nas provas cegas. Tu, só com a voz, constróis um boneco na tua cabeça e às vezes viras a cadeira e é algo tão diferente e inesperado. Depois há pessoas num corpo pequenino com uma voz gigante, timbres muito especiais, mas, acima de tudo, muito talento e muita vontade dos miúdos”, remata Carlão.