Caso de José Mayer causa novas acusações de assédio sexual

Foto: Arquivo

TEXTO: Ana Filipe Silveira

A acusação de uma figurinista e a confissão de José Mayer levou a que outras mulheres falassem publicamente sobre situações semelhantes.

Há uma semana, Susllen Tonani acusou José Mayer de assédio sexual num texto escrito num blogue do jornal “A Folha de São Paulo”. O ator começou por negar as acusações, acabando mais tarde por admitir a sua veracidade e pedir desculpa. Parece, no entanto, que o seu caso não é único e para que mais viessem à tona bastou a atriz e argumentista Alessandra Colasanti lançar achas para a fogueira.

“Imaginem se rolasse a campanha #MeuPrimeiroAssedioNoTrabalho… Ou algo semelhante… Não ia sobrar pedra sobre pedra. Eu já fui assediada por diretores tanto de teatro quanto da Rede Globo. Quem nunca (foi)?”, escreveu Colasanti na sua página de Facebook, lançando assim o mote para que um conjunto de outras mulheres admitissem já terem sido assediadas.

A própria atriz foi a primeira a contar uma das suas experiências: “Um diretor de teatro disse que ia chupar a minha vagina (assim mesmo), no meio de uma cena que estava a ser marcada, um momento trivial, com outros atores por perto. Um diretor de TV beijou-me na boca sem o meu consentimento também em ambiente de trabalho”, relatou.

imagina se rolasse a campanha #MeuPrimeiroAssedioNoTrabalho …. ou algo semelhante…. não ia sobrar pedra sobre pedra. eu já fui assediada por diretores tanto de teatro quanto da rede globo. quem nunca?

Publicado por Alessandra Colasanti em Terça-feira, 4 de Abril de 2017

A diretora da produtora brasileira Piaventura Comunicação afirmou que “sempre” foi assediada. “Perdi até a conta. Só diminuiu quando comecei a envelhecer… e é um alívio. Mas também já vi muitas mulheres assediarem homens, inclusive na TV Globo”, alertou Dilea Frate.

Os comentários ao desafio lançado por Alessandra Colasanti seguiram-se. “Um diretor (…) fazia gracinhas bem baixas e tentava encostar-me cada vez que podia, ou dar-me beijos quase na boca. Eu morria de medo e ia saindo pelas beiradas, sentindo-me culpada e com muito, muito nojo. Depois de uma semana a rondar, o assédio diminuiu, mais uma semana e terminámos o trabalho. Ele chamou-me a um canto e disse: Parabéns pelo seu trabalho… Você surpreendeu-me. Não sabia que era uma atriz séria…”, recordou uma das seguidoras. “Dedução lógica: Quem é livre sexualmente não será séria profissionalmente. Humm… mas isso gera outro impasse lógico: é possível existirem profissionais do sexo sérias?”, respondeu a argumentista.