Cauã Reymond: “Pela primeira vez as pessoas não me confundem com a personagem”

Christian/ Renato (Cauã Reymond)

No ar, na SIC, na novela “Um Lugar ao Sol”, Cauã Reymond fala do amor por Portugal e do empoderamento feminino no Brasil.

Cauã Reymond esteve em Portugal a promover a novela “Um Lugar ao Sol”, que pode ser vista na SIC, assim como “Ilha de Ferro”, em exibição na Globoplay. Acompanhado pela mulher, Mariana Goldfarb, o galã de cinema, teatro e novelas da Globo recebeu a N-TV num hotel no centro de Lisboa aparentando cansaço, mas “com todo o tempo do mundo para a conversa”.

“Em ‘Um Lugar ao Sol’ faço dois irmãos, o ‘Chris’ e o ‘Renato’ que foram separados quando ainda eram recém-nascidos. É a história de um deles, que decide tomar o lugar do outro, para ter uma oportunidade na vida, de estudar, trabalhar num bom lugar, de ter posses materiais”, afirma o ator. “Ele quer tornar-se alguém e começa uma trajetória que desafia moral e eticamente o telespetador que está a acompanhar a novela. E vai tornar-se numa terceira personagem, porque ele nem é o próprio, nem o outro a quem tirou o lugar, mas sim outra pessoa”, acrescenta Cauã Reymond, que garante que gosta de “desafiar o telespetador”.

“Acho que esta é a primeira personagem que faço numa novela em que ele não é um mocinho, um herói. Fiz em séries, no cinema, mas na novela é a primeira vez que percebo que as pessoas sabem que eu não sou essa personagem”, congratula-se.

“Para mim foi algo bem interessante, as pessoas separarem muito bem o Cauã, a figura pública, das personagens. Parámos uma vez seis meses e na segunda vez um mês por causa da pandemia. É muito tempo”, diz.

Em “Ilha de Ferro”, Cauã Reymond dá vida a “Dante”, “um cara que domina a plataforma de petróleo e que toda a gente acha que vai mandar naquilo”. “Mas é uma mulher que acaba por ganhar o cargo e ali é discutido machismo, empoderamento feminino e amor”.

O ator gravou a série numa plataforma de petróleo. “Teve a sua perigosidade e toda a equipa foi obrigada a fazer um curso juntos para poder estar naquele ambiente e isso trouxe sentido de unidade incomum nas novelas”.

Por falar em empoderamento feminino, Cauã Reymond garante que a filha, Sofia, já está a crescer nessa realidade. “A minha mulher é muito atenta, eu também e tenho uma filha, então temos uma casa que está o tempo todo a prestar atenção a isso. A minha filha já é empoderada, muitas escolas, e a da minha filha também, têm uma relação muito boa com a questão da sexualidade e da cor da pele”.

O empoderamento feminino, assegura, acompanha outras causas no Brasil. “Estamos a falar de questões sexuais e de racismo. Estamos num momento em que o Brasil é uma panela de pressão e isso traz um amadurecimento ao país”.

A concluir, o ator mostra-se feliz sempre que vem a Portugal. “Sinto-me em casa. É por causa do carinho das pessoas, não só comigo, como pelo meu trabalho”. E remata: “Em casa não tenho comida tão boa quanto aqui, é um prazer enorme está em Portugal. Comida preferida? Gosto de comer polvo à lagareiro!”