Delfins no Rock in Rio Lisboa: “Estamos a soar bem e a magia vai acontecer outra vez”

Fotografia: Instagram Miguel Ângelo

A banda de Cascais atua no Rock in Rio Lisboa dez anos depois da separação. Um regresso com todos os êxitos que os Delfins prometem tocar numa hora no palco do Galp Music Valley.

Eles estão de volta e prometem ser os mesmos de sempre que há 35 anos lideram as tabelas da música pop com temas como “Um Lugar ao Sol”, “Saber Amar”, ou “Aquele Inverno”: depois da separação, em 2010, os Delfins atuam no próximo dia 25 no palco do Galp Music Valley, no Rock in Rio Lisboa (RIR).

Em conversa com o vocalista Miguel Ângelo e o guitarrista Fernando Cunha, no Parque da Bela Vista, em Lisboa, onde vai acontecer o RIR, a banda garante que a magia vai voltar a acontecer. “Quando ensaiamos pelas primeiras vezes para fazer as Festas do Mar, em 2019, havia um pouco aquele ponto de interrogação: ‘como será a malta tocar junta ao fim deste tempo todo, com pessoas mais afastadas da música?’. A magia vai acontecer outra vez? Reparámos que sim”, começa por referir Miguel Ângelo.

“Obviamente estamos desejosos de voltar e fazer um grande espetáculo aqui no Rock in Rio, mas nós já vimos que vai funcionar e que aquela hora de espetáculo, com todos os singles seguidos, é impossível de isso não acontecer. E está a soar muito bem, tenho de ser honesto”, garante.

Fernando Cunha está de acordo: “Parece que não tínhamos parado de tocar. Para as Festas do Mar correu muito bem, tivemos ensaios com orquestra e foi uma espécie de aquecimento para isto”. O pior foi escolher os êxitos de 30 anos para o RIR, acrescenta o guitarrista. “Escrever o reportório que coubesse numa hora e ter que deixar temas emblemáticos de fora… tivemos bastantes dificuldades até chegar a um consenso. De resto só pode correr bem, porque são todas as músicas que as pessoas pediram para ouvir nestes anos todos”.

Miguel Ângelo justifica a tour “Celebração”: “Acho que é a celebração das canções. Não tinha muito a noção, mas quando começámos a falar em regressar apercebi-me que nas rádios principais os temas dos Delfins tocam mais de cem vezes por mês: ‘Aquele Inverno’, ‘Um Lugar ao Sol’, ‘Saber Amar’, ‘A Cor Azul’, ‘A Baía de Cascais’, ‘A Queda de Um Anjo’… é a celebração de as canções estarem vivas, algumas depois de 30 anos, apesar de termos parado em 2010”.

No dia 25, com alguns veteranos da música pop, o vocalista espera novas gerações de fãs. “Embora a programação de sábado, 25 de junho, seja muito baseada nos Duran Duran, UB40, A-ha, Ney Matogrosso ou José Cid, vai estar cá muita gente jovem e a curiosidade é ver a reação destas pessoas quando virem ali uma banda a bombar e com uma linguagem diferente, mais orgânica, sem ‘multitracks’ e coisas pré-gravadas: tudo ao vivo, porque sempre demos tudo!”

Fernando Cunha espera “malta mais nova”: “Há pessoas que vão ver a banda pela primeira vez e assim como tem acontecido nos últimos anos com a Resistência, acho que estamos à espera que venha mais gente das gerações mais novas, uma com os pais, outras sozinhas. Já nos temos apercebido que há muita malta jovem que conhece as letras, nós temos tido duas canções que deram títulos de novelas, vistas pelos adolescentes, ‘Um Lugar ao Sol’ e ‘Saber Amar’. O meu filho tem 19 anos e tem uma banda e essa geração conhece as letras das músicas dos Delfins e que nos venham ver pela primeira vez ao vivo”, remata Fernando Cunha.

Projetos a solo

Apesar de a banda se ter separado em 2010, a maioria dos músicos dos Delfins – compostos, ainda, por Dora Fidalgo, Rui Fadigas, Luís Sampaio e Jorge Quadros -, não parou e teve projetos a solo. “Assim que os Delfins terminaram tive um projeto chamado ‘Hard Rock’, de homenagem à música portuguesa, fizemos um álbum ao vivo e de estúdio. Ficou parado com regresso da Resistência, mas ainda lancei dois discos a solo e vários discos da Resistência”, lembra Fernando Cunha. “Comecei uma carreira a solo em 2012 e já fiz três álbuns, mini álbuns, colaborações e estou a preparar uma surpresa para outubro. Isto não para e acho que esta febre que nós temos continua estando a banda ativa ou não”, remata Miguel Ângelo.