“Destino Europa”: Seis grandes reportagens para ver na TVI. Entrevista aos autores

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Fotografias: Divulgação TVI

O projeto jornalístico “Destino: Europa”, com autoria de Filipe Caetano e de Inês Tavares Gonçalves, estreou-se na TVI e dá voz a seis grandes temas que resultam em seis grandes reportagens, divididas em 12 episódios e distribuídas ao longo de seis meses.

São reportagens com uma abordagem humanizada, próxima dos lugares e das problemáticas, e abordam temas essenciais na União Europeia, que impactam na vida de mais de 400 milhões de pessoas: a crise migratória, as alterações climáticas, a desinformação, as ameaças à Democracia, a pandemia e o funcionamento do Parlamento Europeu.

A segunda reportagem da série, que será transmitida esta quarta-feira, 30, no “Jornal das 8”, continua a retratar a mais mortífera rota migratória do Atlântico. É às Ilhas Canárias, ao largo da costa noroeste africana, que no último ano têm chegado milhares de pessoas pelo mar, vindas de contextos de desemprego, insegurança e escassez, à procura do sonho europeu.

Esta é uma reportagem que visita o Senegal, a Gran Canária, Tenerife e Bilbau, e que nos mostra como a travessia mais difícil é já feita em terra, em centros de acolhimento precários, em ambientes de discriminação e violência, onde se resiste durante muitos meses, à espera.

A N-TV esteve à conversa com os autores Filipe Caetano e Inês Tavares Gonçalves, que integram uma equipa com edição de João Pedro Ferreira e imagem de Hugo Neves, Miguel Bretiano, Nuno Assunção e Nuno Quá. O projeto teve subvenção do Parlamento Europeu.

“Agora que as primeiras reportagens vão para ao ar e vão ser publicadas durante seis meses, é um desafio enorme e profissionalmente muito recompensador. Acima de tudo, é querer fazer diferente, ter o arrojo de elaborar reportagens com um estilo diferente das que se fazem em Portugal, com temas que têm a ver com a Europa e as questões do Velho Continente são sempre mais difíceis de ‘vender’ nos jornais”, começa por referir Filipe Caetano. “Acho que aqui, na TVI, não devemos deixar de lutar pela nossa qualidade, mesmo que testemos formatos diferentes”, acrescenta o jornalista.

“Este projeto é uma viagem, mas também uma ambição de tornar o tema Europa num destino para as pessoas do ponto de vista de assunto e matéria de interesse, de percecionar as problemáticas que existem cá dentro. Em novembro não chegamos ao fim do ciclo, porque este é um projeto que poderia ter mais temas, que não se esgotam na crise migratória, na questão ambiental ou na desinformação”, acredita Inês Tavares Gonçalves.

“Entre os vários temas, que são seis, sentimos logo o impacto da migração nas notícias, na nossa vida. Sabíamos que era o tema que mais podia mexer do ponto de vista humano. Acho que conseguimos tornar o assunto interessante e acrescentar”, refere a jornalista.

“Estamos a editar a questão ambiental que também me toca particularmente”, destaca Filipe Caetano, que lembra que “não é comum fazer seis grandes reportagens num curto espaço de tempo pela mesma equipa”.

“Há uma série de tarefas e competências que fomos ganhando, nunca houve um apoio financeiro destes na TVI, refiro-me à subvenção do Parlamento Europeu e da União Europeia e só por isso é que podemos fazer grandes viagens, que é um dos grandes constrangimentos que existe no Jornalismo em Portugal e que, do meu ponto de vista, tolhe a independência e arrojo dos jornalistas, que não devem ficar fechados e a pensar que não conseguem ir aos sítios. Nós candidatámo-nos e tivemos a liberdade para fazer o trabalho”.

O investimento verifica-se, também, na qualidade da imagem e do som das reportagens. “Em televisão os detalhes são muito importantes. A diferença quando vemos um filme ou um produto de informação é notória. A reportagem deve ter o mesmo investimento em termos de edição, cor ou pós-produção áudio. Fomos aos detalhes também no acabamento. As câmaras, que são novas, vão ficar na TVI, o que permite que a estação possa depois fazer trabalhos com esse material. Foi um investimento feito para a Informação”, remata Inês Tavares Gonçalves.