Entrevista a Francisco Froes: “A coisa mais difícil para um ator é fazer uma novela”

Fotografia: Instagram Francisco Froes

O artista vai interpretar, pela primeira vez, uma figura real numa série de aviação. Realizador, Francisco Froes espera estrear primeira curta-metragem em breve

Francisco Froes é um dos atores em destaque na nova série da RTP1 “A Travessia”, que estreia no primeiro semestre do próximo ano e segue os pioneiros da aviação portuguesa na sua corrida para atravessar o Oceano Atlântico ao sul. O ator dá vida a Sarmento Beires, um dos maiores aviadores portugueses dos anos 20 e faz o contraponto com as gravações de uma novela, ele que protagoniza “Flor Sem Tempo”. “Este registo agrada-me por não ter de gravar ao primeiro ‘take’”, diz, entre sorrisos. “Haver mais tempo permite fazer coisas mais artísticas, trabalhar mais os textos e é sempre interessante abordar temas históricos”, acrescenta Francisco Froes.

Por seu lado, o ritmo de uma novela pode ser “exigente”, com “20 cenas gravadas num dia”, “mais de 30 páginas de texto para decorar” e com um intérprete a “nunca saber o que lhe vai acontecer”. “Nesse aspeto, a coisa mais difícil para um ator é fazer uma novela. Porque é fácil fazermos má figura. Há 40 episódios em aberto e temos de manter a continuidade da história”, defende.

“A personagem que fiz agora em ‘Flor sem Tempo’ é mais parecida comigo do que o Sarmento Beires e estou mais consciente daquela realidade. Agora, o que era viver nos anos 20? Ser militar aviador? Como me apresento na sociedade? Há mais trabalho, mas também há mais tempo para me preparar”, explica.

“Nunca tinha feito uma personagem que tinha existido e isso permitiu-me viver coisas curiosas”, aponta Francisco Froes. Uma delas tem a ver com signos. “O Sarmento Beires era do signo Virgem, então, logo aí, consigo descobrir as características dele”.

Ainda dentro das curiosidades, o ator descobriu, no seu lote de amigos, um familiar do aviador. “Sou amigo de um bisneto de um irmão do Sarmento Beires. Ele pôs-me em contacto com a família e foi muito bom ouvir quem era esta pessoa”.

Depois de “A Travessia”, que acaba as gravações a meio do mês, segue-se um filme ao lado de Jéssica Athayde e, já em janeiro, a concretização de um sonho antigo: “Estou a trabalhar na pós-produção de uma curta metragem filmada em Los Angeles que escrevi e realizei e que é protagonizada pela Sara Sampaio e pelo Rafael Morais”, diz Francisco Froes, que vai “submeter o projeto a festivais”. “Foi financiado por mim, com muitos favores e bondade de muita gente, quero que seja algo meu enquanto realizador individual porque pretendo realizar também em Portugal”, sublinha, ele que pretende ficar, cada vez mais, deste lado do Atlântico, depois de ter vivido nos Estados Unidos. “Tenho passaporte americano e agente lá, mas agora que os castings são globais isso permite estar cá, com os meus filhos, ao pé da minha família”, remata.