Entrevista: Marco Delgado perde familiares para a covid-19: “Já desespero pela vacina”

Fotografias: Instagram Marco Delgado

O ator brilha na série da RTP1 “Crónica dos Bons Malandros”, mas desespera, a nível pessoal, com as mortes devido à pandemia.

Marco Delgado atravessa uma das melhores fases da vida profissional, ao interpretar a personagem “Renato – O Pacífico”, na série da RTP1 “Crónica dos Bons Malandros”, adaptada do livro do jornalista Mário Zambujal e que relata o assalto à Fundação Calouste Gulbenkian por um pequeno grupo de ladrões amadores.

“O projeto vai ficar como um dos mais felizes da minha carreira. Foi um encontro muito especial entre um grupo de atores eclético, com o qual nunca tinha trabalhado, à excepção da Maria João Bastos”, começa por referir o ator, em entrevista à N-TV. “Passámos a rodagem toda a gostar de nos conhecer, há muito talento e estou muito satisfeito… que todos os projetos fossem como este!”.

Marco Delgado admite que, no início das gravações, “havia algum receio” na comparação com o livro e o filme que se seguiu e que optou só por ler a obra. “Li o livro mas não vi o filme, por não querer que me ‘contaminasse’ a representação, no bom sentido. O livro transportou-me para os anos 80 e tudo aquilo que era a minha adolescência e trouxe-me criatividade e imaginação”.

Apesar da motivação artística, a nível pessoal a pandemia tem-se revelado trágica para o ator. “As coisas não têm corrido bem porque, infelizmente, faleceram dois familiares com covid. Tinham alguma idade e morreram devido a complicações com a pandemia. Isto já é triste demais e cansativo. Já desespero pela vacina”, sublinha o intérprete. A vacina, recorde-se, já a está ser administrada aos profissionais de saúde e seguem-se, em janeiro, os utentes nos lares.

Marco Delgado teve, entretanto, projetos adiados e tem aproveitado para descansar e ver séries como “Peaky Blinders”, “The Undoing” ou “Sexation”, além de estar a visitar museus e monumentos em Lisboa. “Estive no Mosteiro Jerónimos, no Padrão dos Descobrimentos, no Centro Cultural de Belém, no Museu dos Coches e no de Arte Antiga, que fica ao pé de minha casa”, adianta Marco Delgado que, a nível de literatura, está a ler “um livro de História de Portugal escrito por um inglês a propósito da influência lusa no Mundo, o que confere uma nova visão a tudo”.