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Exclusivo N-TV: “Estamos fora do campeonato do Goucha e da Cristina”, admite José Fragoso

Fotografia: Filipe Amorim/Global Imagens
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Fotografia: PAULO SPRANGER/Global Imagens
Fotografia: Rui Manuel Ferreira / Global Imagens
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A completar um ano à frente da direção de Programas da RTP, José Fragoso faz um balanço muito positivo de uma gestão que fez aumentar audiências, por exemplo, de manhã, com Sónia Araújo e Jorge Gabriel a baterem regularmente Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes. Mas o responsável é cauteloso e diz que o campeonato da estação pública é outro. Neste início de verão, José Fragoso explica porque a RTP sai do estúdio para ir para a rua.

O “Praça da Alegria” tem batido o “Você na TV!” (TVI) e, em maio, alcançou mesmo uma média histórica de 17,1 por cento de “share” contra 16 por cento do programa de Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes. O formato de Cristina Ferreira ainda está muitos pontos acima. De qualquer forma, números muito sorridentes para a RTP…

Nós estamos muito fora desse campeonato. Quem vir os programas da RTP de manhã e à tarde e os canais comerciais percebe as diferenças. É preciso é ver três horas de um e três horas dos outros.

Portanto, não é uma competição direta?

Não encaro como uma competição direta, mas no sentido em que nós trabalhamos para públicos que estão disponíveis naquele horário e obviamente que as pessoas que pendem para o lado da RTP1 estão a fugir de outros canais e as pessoas que estão a ir para outros canais estão a fugir muitas vezes da RTP. Faz agora exatamente um ano quando entrei para a RTP tivemos imediatamente preocupação em relação às manhãs e às tardes. Disse logo que era preciso trabalhar os dois formatos de “day time”. Demos prioridade ao “Praça da Alegria”, em outubro mudámos o cenário – o “Praça” tem hoje um dos cenários mais flexíveis da televisão, é possível fazer ali tudo -, e fomos andando a criar conteúdos que fossem ao encontro daquilo que era importante para os telespetadores.

A Tânia Ribas de Oliveira ganhou, entretanto, independência…

O vespertino aconteceu mais tarde. Entre outubro e dezembro houve adaptação ao cenário do “Praça da Alegria” e depois começamos a ganhar engrenagem e o público foi atraído. Não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo e o movimento de mudança do programa da tarde só foi possível já no primeiro trimestre deste ano. Foi paralelo ao movimento do “late night” com a criação de mais dois programas: o “Prova Oral”, do Fernando Alvim, e o do Zé Pedro Vasconcelos, o “Vai-se a ver e nada”. Essa alteração permitiu criar uma linha de quatro programas de “late night” e renovar a tarde. Em setembro, a Tânia volta com um conjunto de ideias novas para o programa e estamos muito contentes. Este ano conseguimos trabalhar todos os horários e fazer alterações em quase todos os conteúdos.

O que se refletiu nas (boas) audiências.

O nosso objetivo é ter uma grelha de programação na RTP1 que cumpra o princípio da diversidade e da aproximação a um público generalista aberto. E conseguimos fazer isso com bons resultados. Queremos fazer boas audiências, com bons programas, que tenham uma matriz de serviço público, seja um concurso, um programa da manhã, da tarde, uma ficção. E temos de garantir que os vários públicos estejam satisfeitos com todas as idades. Hoje temos essa programação diversificada. Estamos no humor, nos documentários, nos concursos, a nossa Informação é de referência. A RTP1 está presente de uma forma muito relevante nas grandes áreas que definem o serviço público. Em Portugal não se faz boa ficção, entretenimento, documentário ou Informação sem a RTP. E não se garante a proximidade às pessoas sem a RTP. Esse é o nosso papel, sentimos que quando isso funciona de uma forma organizada, o público reconhece isso.

Recordou que está a completar um ano de serviço público. Qual é o balanço?

O balanço é muito positivo, foi um ano muito vibrante pela reação que conseguimos ter e estamos contentes com os resultados. Aumentámos o contacto com o público em faixas horárias muito relevantes, particularmente na noite, que é onde está concentrada a maior parte da audiência, mas também no programas de dia, de manhã e à tarde.

Entretanto, a RTP vai sair de estúdio até setembro…

Sim, quisemos mesmo marcar esse ponto. Desde o dia 1 de julho e até ao dia 15 de setembro, durante dois meses e meio, vamos fazer toda a programação do dia fora de portas. Trabalhámos um conjunto de conteúdos, que estão relacionados com as “Maravilhas”, com a “Volta a Portugal”, com o Turismo interno ou com as vindimas

Os apresentadores vão estar todos mobilizados?

Vamos fazer propostas diárias ao telespetadores com os nossos apresentadores espalhados pelos vários programas e com duas equipas de exteriores, que se vão desmultiplicando, hoje está uma aqui e amanhã está outra ali. É uma atividade que junta mais de cem pessoas todos os dias, que andam pelo país a saltar de localidade em localidade, mas permitem um objetivo de proximidade. São mais de 70 localidades que vamos visitar num curto espaço de tempo de dois meses e meio.

Este verão fora de portas vai ser uma mais-valia a que nível?

Sabemos que estes programas divulgam o património, a gastronomia, as paisagens, as atividades culturais, ligadas ao turismo, a música local. Todos estes programas são uma mostra muito grande do que é o país em cada uma das suas áreas geográficas. É um país pequeno, mas tem uma diversidade muito grande e essa diversidade passa por estes programas. O envolvimento das nossas equipas aqui também é muito importante em termos de experiência: andar na estrada é uma forma completamente diferente de fazer televisão de quando passamos um ano inteiro em estúdio. Há esse efeito mobilizador nas equipas da RTP.

TEXTO: Rui Pedro Pereira