Exclusivo N-TV: José Alberto Carvalho explica a “brutalidade emocional” que o levou às lágrimas na TV

O experiente pivô televisivo não resistiu e emocionou-se várias vezes ao longo da emissão de sexta-feira, em que estavam presentes, com as identidades protegidas, duas alegadas vítimas da IURD no caso das adoções ilegais que a TVI tem vindo a investigar. Em exclusivo à N-TV, José Alberto Carvalho explicou por que razão não se conteve.

“Termina aqui esta edição especial da “21ª Hora, que foi na minha vida profissional a hora e meia de emoções mais intensas de que me lembro”. Foi desta forma, em lágrimas, que José Alberto Carvalho terminou, sexta-feira, a emissão de rescaldo do quinto episódio da reportagem “Segredo dos Deuses”.

Veja aqui os últimos segundos da emissão:

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“Foi uma brutalidade emocional. Nunca me tinha acontecido chorar em direto na televisão, mas desta vez não consegui resistir”

Na emissão da TVI24, que arrancou logo a seguir ao fim do “Jornal das 8” na antena principal, onde o quinto episódio da investigação foi exibido, o pivô recebeu em estúdio “Maria”, nome fictício da mãe que terá visto roubados os filhos Vera, Luís e Fábio, e Patrícia, hoje com 20 anos, a única filha que continua a viver com a mãe.

Atrás de uma lona, com a sua identidade protegida, ambas contaram a sua história, numa descrição de grande tensão, numa emissão que contou ainda com a jornalista Alexandra Borges, uma das autoras da investigação, uma psicóloga e uma antiga residente no lar da IURD.

“Foi um momento de grande tensão, de grande emoção, perante os relatos corajosos daquela mãe que foi autenticamente torturada ao longo dos anos. Não há outra palavra para classificar o que fizeram àquela mulher: ela foi vítima de tortura, privada dos filhos e de todas as memórias”, começa por contar à N-TV José Alberto Carvalho.

O pivô, que durante vários momentos da emissão baixou a cabeça, hesitou nas perguntas e deixou escapar algumas lágrimas, explica que foi “a primeira vez que isto” lhe aconteceu.

“Foi uma brutalidade emocional. Nunca me tinha acontecido chorar em direto na televisão, mas desta vez não consegui resistir”, assume, explicando que estava numa posição diferente da dos espectadores.

“Em casa, os espectadores viram aquelas duas pessoas atrás de uma lona, mas antes de o programa arrancar, eu vi-lhes os rostos, cumprimentei-as, conversámos. É muito diferente”, sublinha.

Com 30 anos de carreira, o profissional lembra que “um homem não é de ferro” e relativiza a emoção. “Os tempos mudaram. Antigamente, dizia-se que um jornalista não podia mostrar a emoção. Mas antigamente também toda a gente se tratava na televisão por senhor doutor, senhor engenheiro. Hoje já ninguém se lembra disso. As mudanças sociais transportam-nos para uma vida social mais informal, também na comunicação televisiva”, explica.

Aos 49 anos e pai de quatro filhos, dois deles menores, José Alberto Carvalho não tem dúvidas que “a paternidade e a maternidade alteram por completo a sensibilidade de cada um em relação ao mundo”.

“Na vida de um pai e de uma mãe, os primeiros passos dos filhos e as primeiras palavras ditas são alguns dos momentos mais marcantes que ficam para sempre na nossa memória. Aquela mulher viu-se privada desses momentos. Eu, como pai, não me imagino a não ter vivido essa fase tão feliz do crescimento dos meus filhos”.

A reportagem “Segredo dos Deuses”, da autoria de Alexandra Borges e Judite França, marcou a atualidade informativa ao longo da semana, a par de uma outra investigação da TVI, assinada por Ana Leal, sobre as contas da associação Raríssimas”.

Recorde aqui o que o diretor de Informação da TVI, Sérgio Figueiredo, disse à N-TV sobre a qualidade da informação da estação.

 

TEXTO: Nuno Azinheira

 

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