Emanuel Monteiro, que este sábado acusou um colega da TVI de o ter espancado em casa, garante que a denúncia que fez, um ano depois de o episódio ter sucedido, foi “um imperativo de consciência”.
Em declarações exclusivas à N-TV, o jornalista afirma que “durante todo o tempo decorrido”, achou que “a denúncia não iria acrescentar nada”, mas perante “a sucessão de histórias deste tipo, que têm de ser travadas”, decidiu “denunciar publicamente a questão por um imperativo de consciência”.
Conforme o nosso site noticiou em primeira mão, Emanuel Monteiro, autor da reportagem “Senhor Traveca”, exibida na última terça-feira pela TVI e TVI24, assumiu este sábado, num extenso e pormenorizado relato, ter sido vítima de violência doméstica.
Em exclusivo à N-TV, o repórter esclarece que não fez a denúncia pública “a pensar no que as pessoas vão pensar, ou qual vai ser a reação na TVI”.
“Nunca partilhei esta história com ninguém na TVI. Apenas poucas pessoas, e são do meu círculo de amigos, sabem do que aconteceu”, revelou o jornalista ao nosso site.
Emanuel Monteiro diz que é tempo de “acabar com estas histórias, que se multiplicam todos os dias. “Todos nós temos conhecidos a quem já aconteceu isto. Passam-me pelas mãos dezenas destas histórias com desfechos trágicos. A minha, felizmente, não teve um desfecho trágico. Estou cá e é minha obrigação, mas como a de todos, lutar contra isto”.
O facto de o alegado agressor estar a “três metros” de si na redação da TVI não o demoveu. “É uma questão de liberdade e democracia”, afirmou, adiantando que “em momento algum” pensou no “dia seguinte”. “Não sei como esta minha denúncia vai ser recebida. Nunca coloquei essa questão, mas também não fiz nada à espera da aprovação”, assegurou.
Questionado se a denúncia pode mudar alguma coisa nas relações interpessoais dentro da TVI ou com a empresa, Emanuel Monteiro foi claro: “Nem quero ir por aí. Não quero falar mais sobre a minha história. A história dos outros é mais importante”, concluiu.
TEXTO: Nuno Azinheira