Fátima Lopes em entrevista: “É possível ter audiências sem tantas lágrimas”

Fotografia: Instagram Fátima Lopes

“Caixa Mágica” estreou-se este sábado na SIC e logo a liderar o horário. A apresentadora quer ver sorrisos que tragam esperança e menos “coisas pesadas”.

Estreou-se este sábado, à tarde, e já ganhou o horário: “Caixa Mágica”, com Fátima Lopes, obteve, em média, quase 520 mil telespetadores e bateu a TVI e a RTP1. Um bom começo para a apresentadora, que volta ao pequeno ecrã depois de ter saído do quarto canal ao final de 11 anos.

“Este é o programa perfeito para mim nesta altura e para o regresso à SIC também, porque foi pensado exatamente como um formato que se encaixa perfeitamente naquilo que a estação precisa neste momento e que a mim me apetece fazer”, começa por dizer Fátima Lopes, em entrevista à N-TV. E o que Fátima queria fazer? “Há muitos anos que sonhava com um formato deste género, que se defina com histórias de gente feliz. Para mim é a concretização de um sonho dar palco às pessoas que vão trazer histórias que ponham os outros a sorrir”, acrescenta a comunicadora que, nos últimos anos, se habituou a temas mais pesados, nas tardes da TVI. “É difícil se for sempre coisas pesadas porque neste momento as pessoas já não têm capacidade emocional de suportar. A vida já foi muito difícil nos últimos tempos e acho que os telespetadores precisam de ouvir que amanhã vai ser melhor, que a pandemia acabou, a guerra resolve-se e os nossos filhos vão crescer. Portugal está cheio de histórias destas que resgatem a esperança nas pessoas”, garante, uma vez que além do estúdio saiu em reportagem. “Andei pelo país e há coisas maravilhosas, até me perguntei se estava em Portugal…”

Com o tema assunto pesados ainda no pensamento, Fátima Lopes esclarece que não sofreu na TVI. “Não sofri quando fiz as tardes com histórias pesadas, mas sou empática com o outro, não consigo ouvir de forma indiferente”, justifica.

No programa inaugural, com Alberta Marques Fernandes, o primeiro rosto de Informação da SIC e o ator César Mourão houve algumas gargalhadas. Vão trazer sempre bons números à SIC? “É possível ter audiências sem tantas lágrimas. Acredito que ao princípio se pode estranhar, mas depois vai entranhar-se. Toda a gente gosta de sorrir, há pessoas é que já estão esquecidas como se faz, estão demasiado habituadas só a estar num contexto pesado. As máscaras não ajudaram porque deixámos de ver o sorriso das pessoas. Os sorrisos dão-nos alento, alimentam a nossa esperança”, defende.

Enquanto percorre o país à procura de histórias de gente comum, com os famosos que vão a estúdio Fátima Lopes tem um objetivo claro: “A ideia é que mesmo entre as caras conhecidas as pessoas conheçam outras facetas que não conhecem. Como pessoas que dedicam muito tempo ao voluntariado e não se sabe isso. Queremos sair do expetável, ir além do óbvio”.

No sábado, Marco Paulo, que tinha o programa em nome próprio nas tardes de sábado, foi um dos convidados, depois de admitir que não gostou de passar para as manhãs. Fátima Lopes desvaloriza uma possível tensão entre ambos.

“Acho que temos de olhar para o horário que nos dão com gratidão, independentemente se tinha resultados melhores ou piores. Não entro em comparações, não consumo energia em vão. Sempre tive uma excelente relação com o Marco, ele é uma mais valia na estação, vai assumir a responsabilidade das manhãs. Se me calhasse outro horário qualquer estava tudo bem”, assegura Fátima Lopes, que justifica: “Já lá vai o tempo da pergunta sobre o ‘prime time’ e eu digo o que é isso? Em ‘prime time’ toda a gente trabalha, no ‘daytime’ é que não é para todos. É muito desafiante, são coisas camaleónicas, com uma montanha russa de emoções, nos conteúdos. O ‘prime time’ não tem tanta dificuldade”.

Finalmente, a apresentadora abordou o regresso à SIC, 11 anos depois. “Há muitas pessoas que estão cá desde a fundação da SIC. Não estive logo no início, entre dois anos depois, mas muitas das caras ainda são as mesmas. Quando entrei nesta casa não foi preciso apresentar toda a gente, só as gerações mais novas. É bom conhecer as pessoas, dá alguma segurança, sabem como somos, atalha-se caminho. Depois, o digital trouxe uma nova geração de pessoas para trabalhar connosco. Gosto de trabalhar com gente jovem e a minha equipa fora da SIC é tudo malta muito nova. Sou jurássica, elas são novinhas, mas aprendo muito!”