Figuras públicas reagem à morte de Carlos do Carmo

Carlos do Carmo
Fotografia: Filipa Bernardo/Global Imagens

Várias figuras públicas começaram a reagir, esta manhã, à morte de Carlos do Carmo. Os famosos mostram-se consternados.

António Costa, primeiro-ministro, foi dos primeiros a lamentar o desaparecimento do fadista. “Carlos do Carmo não era só um notável fadista, que o público, a crítica e um Grammy consagraram. Um dos seus maiores contributos para a cultura portuguesa foi a forma como militantemente renovou o fado e o preparou para o futuro”, começou por escrever no Twitter. “Fazendo eco das palavras que cantou no ‘Fado da Saudade’: ‘Mas com um nó de saudade, na garganta/Escuto um fado que se entoa, à despedida’ de um grande amigo’, rematou António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou a morte de Carlos do Carmo em declarações à TVI24: “É uma entrada muito triste em 2021. Não era só a voz do Fado, era uma voz de Portugal. Habituou-nos a ser uma voz no período de resistência à ditadura e construção da Democracia. É uma perda nacional, tal era a identificação dele com aquilo que o povo português sentia”.

Nos bastidores “Carlos do Carmo era uma pessoa encantadora, de uma grande simpatia que, mesmo com problemas graves, nunca quis abandonar os portugueses”. “Até na maneira de ser era sensível em relação aquilo que era o povo e cantava o que o povo cantava”, rematou o Chefe de Estado.

Diogo Infante foi um dos primeiros atores a reagir: “Carlos do Carmo deixou-nos hoje, assim, sem aviso e a abrir o novo ano. Fica a sua música, a sua voz e um contributo inestimável para o reconhecimento do Fado como património imaterial da Humanidade… a toda a sua família, um sentido abraço”.

Gonçalo Diniz, outro intérprete, conhecida bem o fadista: “Mais um grande mentor que se fez Luz. Um dia em sua casa o Carlos olhando nos olhos ante uma fase menos boa da minha vida e carreira disse-me ‘Gonçalinho, nunca deixes que ninguém interfira na tua luta e muito menos que te façam desistir dela…quem sabe de ti és tu e eu acredito em ti’ Obrigado querido Carlos do Carmo… por tudo”, rematou Gonçalo Diniz.

Nuno Santos, diretor-geral da TVI, também deixou um testemunho: “A passagem do tempo e o contacto com as novas gerações, não apenas do fado, deram a Carlos do Carmo o aplauso geral que o seu talento de intérprete único sempre justificaram, mas que razões várias, lhe negaram talvez até à viragem do século”, começou por escrever. “Voz timbrada, palavras ditas na cadência certa, repertório de grandes escritores de canções e relevantes serviços prestados ao fado colocam-no numa galeria de imortais onde já estavam Amália, Marceneiro ou Hermínia. Sim, o ano ainda agora começou e já estamos mais pobres.
Os meus sentimentos à família, com um beijo especial à Cila e um abraço ao Gil, a quem devo agora não uma, mas duas chamadas”, concluiu.