Fomos à estreia de “Isto é Gozar com Quem Trabalha” e não apanhámos o vírus

Ricardo Araújo Pereira
Pode um programa quase inteiramente dedicado ao Coronavírus ter um apresentador que partilhou o espaço com um escritor famoso que está doente? Pode. E, apesar das cautelas, pode metade uma plateia pedir para tirar uma “selfie” no fim, sem medo de qualquer risco? Também. Porque ele é o homem do momento: Ricardo Araújo Pereira.
São 11.30 H de domingo, dia 1 de março, e o Teatro Villaret, em Lisboa, já está cheio até cá fora, onde as primeiras pingas de chuva não dão tréguas a quem chegou mais tarde em busca de um lugar na fila da frente para ver a gravação da estreia de “Isto é Gozar com Quem Trabalha”. O novo programa de Ricardo Araújo Pereira e companhia, que se transferiram da TVI para a SIC, há de ser editado a tarde para ser transmitido depois do “Jornal da Noite”.
Receios da produção, vários, mas um em particular: que não haja nenhum caso positivo de Coronavírus em Portugal até ao final da emissão, porque as piadas são quase todas sobre o alarmismo que se criou em torno do vírus, sem que ainda houvesse um(!) para realmente nos preocupar-mos.
E o Coronavírus é mesmo o tema em cima da mesa quando Ricardo Araújo Pereira sobe ao palco para cumprimentar (e aquecer) a plateia cerca de meia hora antes da gravação começar. O público é imediatamente agarrado, nem que seja por uma coincidência incrível: é que o ex-Gato Fedorento esteve no mesmo espaço do escritor Luis Sepúlveda – o Festival Correntes D’Escritas, na Póvoa de Varzim -, entretanto internado com Coronavírus em Espanha.
E é aí que, precisamente, começam as gargalhadas: é que, de forma muito preventiva, RAP alerta para o risco, apesar de se “sentir bem”, mas a plateia acha que está a brincar, quando ele jura que está “a falar a sério” – e está mesmo, Ricardo foi, a par de Luís Sepúlveda ou do músico Miguel Araújo um dos convidados do Correntes D’Escritas.
Por isso, avisa que, no fim, teme dar beijos e abraços. A plateia ri-se. E não para. Sobretudo quando o comunicador pergunta quem vem de onde e admite que anda a “engonhar” para o guião sair da impressora para o programa poder começar. O guião lá chega, também, ao teleponto e, antes do início, RAP só pede uns “pequenos realces” à maquilhadora Verónica, “para não estragar”, justifica-se.
O programa passa a correr: Coronavírus, Marcelo, Aeroporto do Montijo e André Ventura. Está gravado com 400 pessoas em êxtase a assistir. E RAP não se engasga uma vez…
Acaba a gravação e o humorista agradece ao público. Diz-se pronto para as “selfie” da praxe mas… “atenção ao Coronavírus”” A plateia não quer saber. Pelos menos 200 pessoas fotografaram ao lado de RAP. E sem máscara…