Depois de ter sido sequestrado e assaltado em Luanda, o humorista angolano veio para Portugal trabalhar e pode ser visto na TVI e na RTP1. “Tentaram ver se tinha algum euro comigo”, brinca.
Foi há exatamente três meses que Gilmário Vemba apanhou um susto em Luanda. O humorista mais conhecido de Angola e os dois filhos menores foram sequestrados e assaltados dentro de um carro, à porta do prédio no qual habitam. Agora, mais a frio, o comediante conta à N-TV a experiência traumática que viveu, mas sem perder o humor que o caracteriza.
“O assalto foi um incentivo para vir… se calhar as pessoas começaram a pensar que estou a levar com todos os euros que há em Portugal e tentaram ver se tinha algum comigo”, começa por referir, à margem da apresentação do mais recente projeto da TVI, “Mano a Mano”. “Graças a Deus acabou só com um assalto e conseguimos voltar com vida, até porque havia este programa para fazer… não podia morrer já!” ironiza.
Com o formato de insultos que apresenta ao lado de Ana Garcia Martins, mais conhecida por “A Pipoca Mais Doce”, na TVI, a participação em “Taskmaster”, na RTP1, e as “Manhãs” da Rádio Comercial, Gilmário Vemba espera passar muito tempo em Portugal. “Se continuarem a tratar-me assim acredito que vou ser um angolano a viver no estrangeiro, com certeza. Vou ser o próximo Mantorras da televisão portuguesa”.
“A família veio, depois nós falamos com o SEF. Como, graças a Deus, Portugal tem-me oferecido muitas oportunidades de trabalho, já trouxe as crianças e a mulher para aqui e assim fica tudo mais tranquilo”, acrescenta o humorista, que conta como recebeu o convite da TVI. “Ligaram-me a falar de um projeto, respondi que queria fazer e só depois é que me disseram que era o ‘Mano a Mano’. Estou feliz por fazer parte deste grande programa, que vai dar mais espaço à comédia em Portugal e estou muito on”, garante.
Gilmário Vemba continua no tom de brincadeira e garante que a companheira de apresentação não lhe tem dado facilidades. “A Ana não tem sido nada meiga comigo. Como ela tem uma experiência maior tanto em relação à televisão, como à apresentação, estou aqui para absorver. Na verdade, sou uma sanguessuga da Ana Garcia Martins. Vou absorver dela tudo o que puder aprender para melhorar a minha performance”.
“Mano a Mano” é um programa em que duas equipas se insultam e no qual a vencedora leva o cinto do “combate”. Gilmário conta aquilo com os telespetadores podem esperar. “Até o pior vai saber bem, porque é um programa super descontraído, rompemos aqui a quarta parede, assumimos os nossos erros, e o insulto começa logo com o pessoal que faz a segurança antes de entrarmos (risos). Depois, passa para o catering, jurados, câmaras, toda a gente aqui se insulta. As pessoas vão curtir o programa porque ele é clean e muito engraçado. E também tem a sua baixaria, porque faz parte. É limpo, mas continua a ser insulto”.
Em “Mano a Mano”, acrescenta, ninguém gosta de perder. “Apercebo-me do espírito das pessoas que perdem. O pessoal vem descontraído, mas depois toda a gente quer levar esse cinto. Sobretudo quem vai à final e perde. Morrer na praia é bom, mas quando você morre em alto, mar perto da ilha, já com terra à vista… dói mais”.
O futuro, diz, passa pelo quarto canal. “O futuro é na TVI, com certeza. Espero que a Cristina Ferreira e a direção fiquem estonteados por mim. Há muitos projetos em torno da estação. Quero ter mais para que o futuro seja aqui e acho que a TV vai gostar muito de mim porque tenho muito para oferecer”, conclui Gilmário Vemba.