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“Glória” é a primeira série portuguesa da Netflix. Atores destacam abertura do mercado

Fotografia: Instagram Afonso Pimentel

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A primeira série portuguesa da Netflix estreia-se a 5 de novembro. Entrevista a três atores que dão corpo e alma a este drama de espionagem passado nos anos 60.

Acabou-se a espera. “Glória”, a primeira série portuguesa produzida a ser exibida na plataforma de “streaming” Netflix, tem estreia marcada para o dia 5 de novembro. Criada pela produtora SPi e pela RTP1, é uma série histórica de “suspense” e espionagem, gravada em Lisboa e no Ribatejo, que decorre nos anos 60.

Com autoria e criação de Pedro Lopes, “Glória” tem realização de Tiago Guedes e conta com interpretações de Victória Guerra, Adriano Luz, Miguel Nunes, Carolina Amaral, Afonso Pimentel ou Joana Ribeiro. Estes três últimos intérpretes estiveram ontem à conversa com a N-TV durante o “press junket”, numa unidade hoteleira de Lisboa e Afonso Pimentel revela mesmo as circunstâncias únicas em que realizou o “casting”, numa altura em que atravessava a fase aguda da covid-19.

“Estava no Alentejo, fechado, com os meus putos e os meus pais, um confinamento total, e não tinha sequer espaço para fazer um ‘casting’ por vídeo-chamada. Então, fui fazer para a casa da árvore que tinha construído com os meus miúdos!”, lembra. “Aquilo é o meu refúgio e era mesmo o único sítio no qual podia fazer o teste. O próprio realizador ainda estava à procura das personagens e nós, atores, através da vídeo-chamada, fizemos uma proposta ainda sem saber para que personagem era”, acrescenta.

“Só soubemos nessa fase inicial que se passava na década de 60 e que envolvia espionagem”, lembra Joana Ribeiro. “O Tiago Guedes queria sentir as nossas energias, no início só me apercebi que a ação era em Portugal”, complementa Carolina Amaral.

A responsabilidade de participar na primeira série portuguesa produzida pela Netflix torna o projeto único. “É muito especial pelas pessoas que estão envolvidas, está a abrir o mercado a atores, criadores ou técnicos portugueses”, salienta Carolina Amaral. “Nesta indústria há poucos projetos a ter outra força, a promover o trabalho em Portugal e a possibilidade de internacionalização é muito positiva”, acrescenta Joana Ribeiro.

Afonso Pimentel realça a possibilidade de “furar outros mercados” e clarifica a sua experiência: “Tu pensas no projeto quando te estão a propor mas, no dia a dia, quando estás a rodar, o tema Netflix não te passa pela cabeça. Não notei que os nossos profissionais tenham feito um melhor trabalho porque era para a Netflix. Eles fazem sempre. Mas é verdade que, de x e em x tempos, tens pequenos gatilhos de ‘isto pode ser uma oportunidade fixe para todos'”.

Portugal aproxima-se, agora, da experiência internacional de Brasil ou Espanha. “Nós temos as mesmas condições para o conseguir. Há menos dinheiro, mas depois vai-se buscar à distribuição. O Brasil fala Português e rebentou com os mercados todos, Espanha pegou na comunidade latina e foi o que foi e nós temos uma das línguas mais faladas do mundo e já quebramos um bocadinho aquela barreira do subtitle… esperemos”, brinca o ator, à despedida.