No dia em que arranca o “Estudo em Casa”, o ensino à distância, na RTP Memória, o diretor da estação, Gonçalo Madail, revela como o processo se iniciou e o que, logisticamente, a estação do Estado teve de fazer.
Quando e como começou a desenhar-se o projeto “Estudo em Casa?”
Este projeto surgiu da parceria do Ministério da Educação com a RTP, que se mostrou desde logo disponível para apoiar com as suas competências. Assim que o Ministério decidiu avançar, criou-se uma equipa conjunta de trabalho, entre a RTP, o Ministério e a Direção Geral de Educação. O debate foi sempre ágil e aberto, tendo o ME e a DGE a total responsabilidade sobre os conteúdos pedagógicos e educativos, bem como a organização do corpo de professores, ficando a RTP com a responsabilidade de conceber um modelo de emissão e grelha de programas, a gestão do projeto do ponto de vista programático e técnico (produção e realização), assim como o trabalho criativo da marca e da linguagem geral desta emissão.
Resumidamente, a nível de logística, o que a RTP teve de fazer para o projeto avançar?
Desde logo, organizar uma equipa nuclear, mas multifacetada, capaz de coordenar o projeto na sua generalidade, mas também a definição de equipas, as necessidades técnicas e logísticas, os procedimentos legais e a comunicação promocional, a identidade criativa e o projeto digital associado.
Confirma-se que é a equipa de “O Preço Certo” que produz o programa? Porquê?
A equipa da RTP para este projeto conta com cerca de 40 profissionais envolvidos a diversos níveis. São, na vastíssima maioria, profissionais da RTP. Apenas alguns profissionais do setor da Produção e Realização foram contratados, com o objetivo claro de proteger as equipas da RTP em certos setores para assegurar uma prestação de serviço público (particularmente, na Informação) consistente, defendendo assim o próprio Plano de Contingência da RTP e as medidas de proteção sanitária para os seus profissionais.
O que a RTP está a fazer é verdadeiro serviço público?
Parece-nos evidente que este projeto urgente e complexo é uma demonstração clara da missão de que a RTP está incumbida.
A escolha da RTP Memória foi imediata? Não se vai perder a identidade do canal?
A escolha da RTP Memória obedeceu aos critérios de acessibilidade e universalidade. Além disso, a equipa jovem que a compõe imprimiu desde logo toda a agilidade possível a este projeto. Acreditamos que a marca RTP Memória não se descaracterizará, pelas medidas de comunicação muito atentas e cuidadas, já levadas junto dos telespetadores habituais da RTP Memória, havendo inclusivamente muitos interessados em acompanhar muitas das aulas por uma questão de enriquecimento pessoal. Além disso, este é um projeto definido para um tempo concreto, não esquecendo que todo o “prime-time” e “late night” da estação prosseguem com naturalidade, tal como a programação dos fins de semana. Acreditamos também que passado e futuro convergem com sucesso nestes dois projetos.
Quando é que a RTP Memória espera regressar aos conteúdos habituais?
A emissão do projeto #ESTUDOEMCASA decorrerá no tempo estabelecido para o 3.º período escolar, pelo que terminará a 26 de junho, voltando as emissões ao seu enquadramento regular, nessa mesma altura.
Ainda se recorda dos tempos da “Telescola”?
Com certeza, é um projeto histórico da RTP, que já na altura se afirmou como a instituição de referência para este género de necessidades e repostas. Os contornos de cada projeto são bem distintos, tal como é distinto o mundo de hoje. A missão, sim, é a mesma.
Tem trabalhado na RTP ou está em teletrabalho?
Temos cumprido períodos definidos de confinamento e distanciamento social alicerçados no Plano de Contingência da RTP e nas normas veiculadas pela DGS, pelo que temos estado maioritariamente em Teletrabalho, com exceções de força maior, de acordo com as exigências do projeto. Construir um projeto desta dimensão e urgência maioritariamente em Teletrabalho revelou-se um enorme desafio adicional, felizmente superado.