Gonçalo Waddington gravou “Auga Seca” na pandemia: “Para o meio isto foi uma desgraça!”

Fotografias: Instagram Gonçalo Waddington

É um dos atores que integram a segunda temporada de “Auga Seca”, a série policial da RTP1 gravada entre Portugal e Espanha. Gonçalo Waddington conta como a pandemia continua a condicionar os artistas.

Ator, guionista, escritor. Gonçalo Waddington multiplica-se em projetos, já apresentou novos desafios à RTP1 e acabou de gravar, para a estação, a segunda temporada da série policial “Auga Seca”, protagonizada por Victória Guerra. A trama desenrola-se entre Portugal e o norte de Espanha, numa produção entre a portuguesa SPi e a espanhola Portocabo, com exibição na plataforma de “streaming” HBO, na RTP e na Television de Galicia.

“Em ‘Auga Seca’ sou o ‘Tiago’ e faço parte do gangue do ‘Lázaro’ (Adriano Luz)”, refere o artista à N-TV, à margem das gravações num antigo hospital de Lisboa. “Tendo em conta o que as pessoas já viram da primeira temporada, o Lázaro não é boa companhia e eu sou o braço direito, que está a aprender alguma coisa e age sempre pela calada”.

A RTP continua a apostar forte nas séries – “Vento Norte” é o mais recente exemplo -, algo que agrada a Gonçalo Waddington. “É de valorizar a aposta da estação na segunda temporada. Houve ajustes devido à pandemia, porque supostamente havia mais idas a Vigo – é pena não ter acontecido porque toda a gente beneficia destas trocas culturais. Mesmo assim, quantas mais séries foram feitas melhor para estes profissionais de televisão e para os consumidores”.

O ator e guionista só lamenta as circunstâncias das gravações, em plena pandemia. “Gravar com insegurança no trabalho não foi fácil, mas tive o benefício de ter algum dinheiro guardado… que já foi. Escrevi algumas coisas, gravei ‘Auga Seca’, mas no nosso meio é uma desgraça. É nestas alturas que se percebe que na Cultura, onde conheço muita gente, há malta que está completamente desprotegida. Há atores que não estão a filmar nada ou a fazer peças de teatro através de ‘streaming’, mas é tudo muito inseguro”.

Os testes rápidos à covid-19 sucederam-se mas o ator habituou-se a esta rotina de segurança. “É um privilégio poder ser testado porque estamos a trabalhar, já está tudo habituado. Curiosamente, filmei uma cena quando percebi que estava de máscara… (risos) ninguém achou estranho eu ter passado de máscara à frente da câmara, o hábito é o hábito!”, remata Gonçalo Waddington.