Subiu ao palco da segunda semifinal do Festival RTP da Canção, este domingo à noite, para homenagear “o génio” Carlos Paião. Depois de ter participado no certame, como concorrente, há 35 anos, diz que os espectadores devem olhar para o concurso musical “sempre com muita tolerância”.
Interpretou “A Cor do Teu Baton” no Festival da Canção de 1983, realizado no Coliseu do Porto, o primeiro que a RTP organizou fora de Lisboa. Ficou em segundo lugar na edição que deu a vitória a Armando Gama e ao tema “Esta Balada que te Dou”. Trinta e cinco anos depois, Herman José acha “notável” o esforço que a estação pública está a fazer para tornar o certame “diferente”.
Atenta, no entanto, para o facto de este ter de ser visto “sempre com muita tolerância”. Porque “um compositor genial tem de fazer uma canção, mas não quer dizer que consiga fazer uma canção genial”. Também “o intérprete que esse compositor escolhe não tem de ser perfeito para essa noite”, explica. E acrescentar, com o seu habitual humor: “As coisas têm de ser vistas como a primeira vez que se vai para a cama com alguém: não sabemos o que esperar e só com o tempo é que se percebe se resulta”.
Veja a prestação do humorista em 1983:
Do leque de concorrentes que atuaram nas duas semifinais, no passado dia 18 e este domingo, o apresentador de “Cá por Casa”, da RTP, não tem preferidos. E se o convidassem a participar? “Não me custaria nada participar. Faria com o maior prazer e sem quaisquer complexos, como fez o José Cid [nesta edição] ou a Lena d’Água no ano passado”, frisa Herman José.
Garante, porém, que preferiria interpretar a compor. “Não sou grande compositor, por isso escolheria uma boa dupla de autores e depois pedia uns casacos emprestados ao [Manuel Luís Goucha] para atuar”, brinca.
Já ouviu a canção de Diogo Piçarra que conquistou os portugueses?
Na final deste Festival, a 4 de março no Pavilhão Multiusos de Guimarães, o humorista vai estar em Moura a dar um espetáculo ao vivo. “Os alentejanos não iam perdoar se eu faltasse”, diz. Adianta, no entanto, que para a gala que definirá o sucessor de Salvador Sobral na Eurovisão irá “fazer umas brincadeiras”, mas afasta por completo a hipótese de levar ao certame a sua personagem Bxa Festivaleira. “Só funciona no Instagram”.
TEXTO: Ana Filipe Silveira