Na terceira parte da entrevista a Rui Unas, no podcast “Maluco Beleza”, Herman deixa clara a sua opinião: o autor dos textos é o marido de Maria Vieira, Fernando Rocha.
“Aquele corpo de duas cabeças faz com que ele tenha uma paixão grande pela escrita e escreva muito e ela o acompanhe, solidária, dando-lhe a visibilidade do nome”, diz, acrescentando que “não vale a pena” virem dizer que “é ela que escreve, que não é. É um organismo que escreve”.
“ela não tem mais do que 50 palavras no seu vocabulário. ‘olá queridinha, parrachita, está calorzinho, estou com fominha, vou agora para a casinha’. Ela não sai dali.”
Herman José, com quem Maria Vieira trabalhou em vários programas de humor, não teria capacidade para escrever aqueles textos, considera o “verdadeiro artista”. “Quando ouves a Maria Vieira falar – e estou a dizer isto sem o mínimo de ironia – percebes que ela não tem mais do que 50 palavras no seu vocabulário. ‘olá queridinha, parrachita, está calorzinho, estou com fominha, vou agora para a casinha’. Ela não sai dali. E a escrita é elaboradíssima. Fala em paradigma, fala em pusilanimidade, uma riqueza de vocabulário que não se encaixa na Maria.”
As declarações de Herman José no webshow de Unas vêm ao encontro dos rumores e das suspeitas de muitos colegas de trabalho, com quem Maria Vieira se foi incompatibilizando nos últimos tempos, desde que começou a publicar textos de elogios a Donald Trump e à ideologia de extrema-direita, e a criticar figuras como Marcelo Rebelo de Sousa ou Salvador Sobral, por exemplo.
Na entrevista, Herman aproveitou ainda para explicar as razões do afastamento profissional em relação a Maria Vieira. “No Hora H, correu tudo mal. Estávamos na fase mais anti-trendy de todas. Aquela não foi a minha época. Fiz uma personagem para a Maria Vieira que era a Dona Coisinha, que estava sempre doente”.
E Herman continua: “Na altura ela e o marido não perceberam a piada, revoltaram-se contra aquilo e divorciaram-se de nós e e ela saiu da equipa. Ela depois foi dizer mal do programa para as revistas. Ficámos separados”, sublinha, acrescentando que “há cerca de dois anos” voltou a chamá-la para fazer umas participações no Nelo e Idália e que correu tudo bem. “Textos sabidos, excelente relação, amorosa com as pessoas. Era a Maria”.
Pode ver esta parte da entrevista aqui.
TEXTO: Nuno Azinheira