Nas últimas horas, várias foram as acusações de agressões e violações sexuais que surgiram nos media e que remontam há vários anos. Porque ressurgiram agora?
As últimas 72 horas foram intensas. Neste intervalo temporal, três casos de acusações de agressões sexuais, envolvendo figuras públicas conhecidas, surgiram na Imprensa. O primeiro foi o de Nuno Lopes, ator português, que veio a público na terça-feira, 21 de novembro.
A guionista americana A.M. Lukas avançou com um processo judicial contra Nuno Lopes. A também realizadora acusa o ator português de a “drogar e violar” depois do Festival de Cinema de Tribeca, em 2006. No documento entregue ao tribunal federal do Brooklyn, a cineasta conta que ambos se cruzaram no festival e que, durante a noite, terá perdido a consciência, apenas conseguindo recordar de alguns momentos. A.M. Lukas referiu que se lembra de estar num quarto com Nuno Lopes, enquanto este, alegadamente, lhe tocava.
O ator já veio a público negar e defender-se. “Sou moralmente e eticamente incapaz de cometer os atos de que me acusam. Jamais drogaria alguém e jamais me aproveitaria de uma pessoa incapacitada, quer por excesso de álcool ou por influência de quaisquer outras substâncias. Nem hoje nem há 17 anos”, afirmou.
Nesta quarta-feira, o caso que ressurgiu envolveu Axl Rose, o vocalista da banda Guns N’ Roses. O cantor terá “amarrado” uma ex-modelo num quarto de hotel em 1989 e praticado sexo sem consentimento. Esta é parte da acusação da antiga manequim Sheila Kennedy.
Já nesta quinta-feira, quem está sob os holofotes é Jamie Foxx. O ator enfrenta acusações de agressões sexuais. Segundo o relato, uma mulher acusa o ator de, em 2015, num bar rooftop em Nova Iorque, nos Estados Unidos, lhe ter tocado nas partes íntimas sem consentimento.
Porquê só agora?
Os três casos apresentados têm um fator em comum: os anos não são recentes: 2007, 1989 e 2015, casos com 17, 34 e oito anos. Porquê aparecem agora?
Esta quinta-feira, 23 de novembro, termina o prazo da lei para antigas vítimas de agressão sexual apresentarem queixas, em casos cujos factos já teriam expirado. O Adult Survivors Act abriu há exatamente um ano, estendendo-se até esta quinta-feira.
A lei permitiu que cerca de 2500 casos fossem revisados. As três celebridades citadas acima foram as mais recentes. Mas outros nomes conhecidos como Donald Trump, Sean “Diddy” Combs e Bill Cosby também foram visados nesta lei.