João Manzarra recorda momento em que conheceu Sara Carreira: “A dor não faz diminuir a memória”

João Manzarra
Instagram João Manzarra

João Manzarra recordou o momento em que conheceu a jovem cantora Sara Carreira, que morreu num acidente de viação na A1, na zona de Santarém.

Depois de ter estado presente no velório, na Basílica da Estrela, em Lisboa, o apresentador da SIC despediu-se de Sara Carreira lembrando o momento em que se conheceram quando a cantora ainda era pequena e Tony Carreira estava como jurado no “Ídolos”, da SIC.

“A Sara viveu. Há mais de 21 anos contrariou a imensa improbabilidade de vir a ser.
Esta semana antecipou a absoluta certeza da morte. A existência da Sara merece que os que nela participaram a encontrem na partida. Que a ausência seja confrontada. Que fechando os olhos tentemos, ainda que impossível, aproximar-nos da dor de quem mais chora. Uma dor maior que a dor. Uma dor que se agiganta no peito mas não faz diminuir a memória. Lugar sagrado onde guardo a minha amiga Sara. Em pequena ia muito timidamente assistir ao ‘Ídolos’ onde o pai era jurado, foi aí que a conheci, era fã do João e da Cláudia (Vieira)”, contou.

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O comunicador elogiou ainda a pessoa em que se tornou Sara Carreira: “Mais tarde fez o programa ‘A Máscara’ onde brilhou e tornou lenda a Pantera. A Sara caminhava com uma simpatia constante, tinha tanto de gozona como de doce, era pessoa de uma autenticidade fora do comum, a Sara era a Sara. Falava muito dos cães, adorava-os. A Sara era esperta e curiosa, estudou mandarim e tinha interesse em filosofia. Tinha amor infinito pelos irmãos, pai, mãe e avós. Trazia-os sempre com ela. Lembro-me de dizer que tinha poucos mas bons amigos. Era uma miúda de coração”.

João Manzarra adiantou ainda que os dois partilhavam o mesmo gosto pela filosofia. “A Sara foi também causa de alegria na minha vida no tempo em que os nossos mundos se encontraram. A última mensagem que me enviou foi em junho, no dia do meu aniversário. Dizia: ‘passei o dia a ler Espinosa!’. Adorei que se tivesse lembrado do meu filósofo favorito, mesmo na certeza de que estava a gozar comigo. A Sara era uma miúda mesmo fixe, gostava muito dela. Sei que o antes não volta a ser, mas acredito na redefinição da harmonia se soubermos ser amor. Um abraço profundo a todos aqueles onde a Sara vive. Estou com vocês”, rematou.