Jorge Corrula recorda morte da mãe e ausência do pai na infância

Jorge Corrula Natal
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Jorge Corrula revelou alguns detalhes sobre a infância, destacando a morte da mãe e a ausência do pai.

Após a infância dura da qual raramente fala publicamente, o ator recordou, esta sexta-feira, em entrevista ao programa “Júlia” (SIC), como ultrapassou a morte inesperada da mãe, vítima de uma septicemia, quando este tinha apenas cinco anos.

“Não tinha noção do que estava a acontecer”, recordou. “Acho que só mais tarde é que percebi essa falta, senti essa falta e percebi quais foram as consequências para a minha vida”, acrescentou.

“Não quero dizer que tenho cheiros, mas quase como um eco. Pelo menos, quero acreditar que me lembro da voz dela, mas não é verdade. Não me lembro da voz. Vejo fotografias, mas não a reconheço”, confessou.

Com a morte da mãe, Jorge Corrula mudou-se para o Alentejo para viver com a avô paterna e, apesar da ausência do pai até aos 12 anos, não vive “zangado” com isso.

“A minha avó sempre trabalhou no campo, era uma pessoa muito simples. Afeto, não, não dava e nem sabia propriamente educar naquela educação que damos hoje em dia”, explicou. “O carinho que ela me dava muitas vezes era através da frustração de não saber como educar. E batia-me”, contou, entre risos.

“O meu pai foi forçado a delegar na mãe dele a educação do filho. […] Hoje já não vivo zangado com isso. Foi uma coisa que eu resolvi há uns 10 anos atrás”, revelou.

“Consigo perceber, agora, o contexto em que ele teve de abdicar da minha educação, de me ter presente, mas isso depois paga-se mais tarde. Paga-se com alguma distância que eu tenho do meu pai mas que nós estamos aos poucos a recuperar”, rematou.