Jorge Silva Melo, ator e encenador, morreu aos 73 anos

Fotografia: André Luís Alves / Global Imagens

Jorge Silva Melo, ator, encenador, cineasta, dramaturgo e tradutor português morreu, esta segunda-feira, 15 de março, com 73 anos no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, onde estava internado.

“Um dos grandes, dos que mais fez durante décadas a fio, escrevendo, encenando, ensinando, filmando, representando, deixou-nos hoje. Muito se dirá amanhã sobre ele, por quem esteja mais bem preparado para o fazer do que eu. Eu estou apenas triste. Este início de ano com mortes sucessivas, guerra, solidão, tem sido devastador”, escreveu o pianista Nuno Vieira de Almeida, no seu perfil de Facebook.

Também Maria Rueff assinalou a morte de Silva Melo. “Derradeiro aplauso para Jorge Silva Melo”, escreveu.

Jorge Silva Melo nasceu em Angola e mudou-se para Lisboa com a família no início da adolescência. Com 15 anos começou a dar os primeiros passos na carreira e a escrever sobre cinema, colaborando no suplemento juvenil do “Diário de Lisboa”.

O cineasta fundou e dirigiu, com Luís Miguel Cintra, o Teatro Cornucópia (1973-1979), e em 1995 fundou a sociedade Artistas Unidos, onde era diretor artístico.

Jorge Silva Melo estudou na London Film School, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e estagiou em Berlim com o encenador Peter Stein, e em Milão com Giorgio Strehler.

Realizou longas-metragens como “Ninguém Duas Vezes” e “António, Um Rapaz de Lisboa” e traduziu obras de Carlo Goldoni, Oscar Wilde, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller, Luigi Pirandello, entre outros.

Assinou ainda peças como “Seis Rapazes Três Raparigas”, “O Fim ou Tende Misericórdia de Nós”, “Prometeu”, e “O Navio dos Negros”.