José Eduardo Moniz: “A Cristina tem feito um bom trabalho e venho para somar”

Fotografia: Instagram Cristina Ferreira

Aos 70 anos, o novo diretor-geral da TVI pretende “rejuvenescer” a estação e garante querer ficar por cá “mais 50 anos”. Quanto à diretora: “Aqui não há quintas”.

José Eduardo Moniz está de volta à TVI como diretor-geral – foi consultor nos últimos anos -, depois de, há 20 anos, ter assumido a estação e ultrapassado a SIC e a RTP1 nas audiências. O jornalista já tem ideias claras para o quarto canal e, entre elas, estão o “rejuvenescimento” da TVI e que a estação seja “pioneira” em conteúdos e não uma mera “retransmissora”.

“Voltar a casa é simpático porque conheço a TVI, gosto das pessoas e de trabalhar para aqueles que nos veem. Há muito trabalho pela frente, muita inovação para trazer e isso é um desafio interessante para qualquer pessoa, seja em que idade for”, começa por referir à N-TV, à margem da gala do 29.º aniversário da estação.

“A TVI não precisa de ser salva por mim, quanto muito rejuvenescida. Não é ação de uma pessoa só, esta é a televisão de todos, sobretudo dos telespetadores. Temos combates interessantes e desafios de criatividade interessantes”, acrescenta José Eduardo Moniz, que se diz ansioso para acabar com o “status quo”, que se vive no panorama audiovisual. “É preciso desinquietar os espíritos. O modelo de programação que existe no nosso país foi moldado pela TVI em 2000 e as outras televisões copiaram-no, o modelo precisa de ser rejuvenescido. Em 20 anos muita coisa aconteceu no mundo, Portugal não é o umbigo do planeta, os nossos auditórios têm de ser mais amplos. Streaming? Vamos até onde a nossa ousadia nos levar…”

Nas últimas semanas especulou-se que Cristina Ferreira poderia perder poder enquanto diretora de Ficção e Entretenimento com a chegada do novo diretor-geral, mas Moniz é claro. “A Cristina tem feito um bom trabalho com as ideias que tem. Vim para a TVI para somar, para trabalhar com toda a gente e não para me sobrepor a ninguém, isto não são quintas! Comigo ninguém perde nem ganha poder”.

“Tenho ideias, mas elas vão ser primeiro discutidas dentro da TVI: Vou apostar em quem for bom, seja uma pessoa nova, ou não. Muita gente achava que eu já estava gasto e devia estar na reforma e aqui estou com ar de quem tem menos 30 anos e com energia de quem tem vontade de continuar aqui mais 50”, brinca o jornalista, que se diz disponível “para contribuir que a televisão em Portugal possa ser pioneira em muitas coisas”.

“Não temos de ser só transmissores de produtos que outros façam, temos de ser criadores e não ter medo de ser audazes”, remata o novo diretor-geral da TVI.