Levou tudo às frente. Irritado com a especulação de que está a ser empurrado da TVI pelo novo administrador, Luís Cabral, José Eduardo Moniz reagiu às notícias.
De férias no Algarve na companhia da mulher e dos filhos, o consultor para a Fição Nacional da TVI viu-se obrigado a interromper o descanso na Praia Verde para responder aqueles que diz serem os seus “detratores”.
A história é simples de contar: nos últimos dias foi noticiado que o responsável estaria de saída da TVI rumo à produtora de novelas Plural, numa alegada decisão tomada pelo novo líder da Media Capital, Luís Cabral.
Entretanto, foi noticiado que José Eduardo Moniz é desejado no Brasil, para liderar a TV Bandeirantes.
O comunicador não gostou da especulação e, na tarde desta sexta-feira, disparou forte e feio no Facebook.
“Praia Verde. Sol, areia e mar. Bom sítio para recarregar baterias, para ler, para rever amigos, para pensar. Não fossem os paparazzi abelhudos e o ambiente seria perfeito”, começou por escrever nas redes sociais.
“Se a deformação profissional não trouxesse até mim os jornais, as revistas e as redes sociais, os dias seriam memoráveis. Assim, não é possível desligar do chorrilho de mentiras e de especulações que, nos últimos dias, têm envolvido o meu nome. Costumo dizer, mesmo assim, que é para o lado que durmo melhor. Com a desinformação que por aí reina e com os jogos de bastidores que infetam o meio, o melhor é não ligar. Os cães ladram e a caravana passa”, acrescenta.
O patrão da TVI, como é muitas vezes chamado, refere, em seguida, que foi ele quem manteve a liderança nas audiências, perdidas, para a SIC, em janeiro deste ano.
“Uma amiga minha, com algum sentido de humor, dizia-me, há uns meses, que o trabalho deixado por mim, de herança, na TVI, em 2009, tinha sido de tal maneira sólido e eficaz, que resistira dez anos às investidas da concorrência. Observando as coisas a esta distância, não posso evitar um sorriso de satisfação. Foi um modelo que resistiu, de facto, dez anos. E mais resistiria se a sua modernização tivesse ocorrido, ajustando-o a tempos novos”.
O profissional mostra-se, por outro lado, preocupado com o estado da Televisão em Portugal: “O que se passa no audiovisual português é suficientemente preocupante para não fazer qualquer profissional consciente refletir sobre o presente e o futuro, sobre que caminhos percorrer e sobre o que vale ou não a pena, hoje em dia, tendo em conta as mudanças que as tecnologias precipitam”.
E continua a responder às especulações sobre o seu futuro: “Não tendo nada para provar a ninguém, nem perante ninguém, nem sequer querendo perder tempo com a estupidez alheia, prefiro que o marfim corra. E continuo a sorrir. Com o conforto de quem sabe o que quer, que só está onde está até lhe apetecer, com a noção de que poderia encontrar-me, há mais de um ano, a trabalhar noutro sítio, tanto cá dentro como lá fora, enfrentando grandes desafios e promovendo transformações importantes, suscetíveis de adicionarem mais marcas às que, com mérito ou sorte, consegui ir deixando, ao longo da minha vida profissional”.
A garantia fica, no entanto, deixada para o final: “Portanto, descansem os detratores e os especuladores de meia tigela: vão ter de levar comigo, quer queiram, quer não queiram. Logo verão como! E viva o sol, o mar e a praia!”
TEXTO: Rui Pedro Pereira