A diretora-adjunta da TVI explica pela primeira vez por que razão decidiu fazer um testamento em que deixa os seus bens à Universidade Nova de Lisboa e, assim, financiar os estudos de alunos carenciados.
“Este não foi um ato repentista, foi algo muito pensado. Não é só uma coisa muito importante, é um dever”. Foi desta forma, emocionada mas firme, que Judite Sousa explicou este sábado pela primeira vez o que a levou a criar a Bolsa André Sousa Bessa, por si financiada, que permitirá “ajudar jovens carenciados a fazer um mestrado em Finanças, e que não têm dez mil euros para pagar”.
Em declarações exclusivas à N-TV, a jornalista tornou claros os seus propósitos: “Eu tinha um único descendente, que deixei de ter, e por isso decidi perpetuar o nome dele, instituindo e viabilizando eternamente uma bolsa de estudos com o seu nome. Daqui por 100 anos ninguém vai saber quem era a Judite Sousa, mas daqui por cem anos toos vão ouvir falar do André Sousa Bessa”, afirmou.
Judite contou que não hesitou “um único segundo quando tomou a decisão”. “A única pessoa que ouvi foi a minha irmã, por razões óbvias. A minha irmã é a minha única parente, digamos assim, e por isso decidi ouvi-la. Ela era a única pessoa que podia colocar algumas reservas. Mas não colocou, tive um apoio total. Incondicional”, disse a jornalista à N-TV.
No testamento, Judite Sousa instituiu herdeira de todos os bens a Universidade Nova de Lisboa, o que lhe permitirá assim financiar “eternamente”, mesmo após a sua morte, a Bolsa de Estudo André Sousa Bessa e apoiar alunos carenciados candidatos ao mestrado em Finanças da Nova School of Business. “Esta é a melhor forma de homenagear o meu filho. Além disso, acho que é obrigação da sociedade civil e das famílias que têm recursos financeiros, e muitas vezes não sabem o que fazer ao dinheiro, apostar na educação. Foi o que eu fiz”, disse à nossa revista, à margem da sessão de autógrafos que deu este sábado, a propósito do livro lançado recentemente “Pensar, Sentir e Viver”, cuja autoria partilha com o médico Diogo Telles Correia, e que já vai na quarta edição.
André Sousa Bessa, que morreu aos 29 anos no dia 29 de junho de 2014, foi aluno do Mestrado de Finanças da Nova School of Business and Economics, considerado pelo “Financial Times” como um dos 20 melhores do mundo.
TEXTO: Nuno Azinheira