Júlio Isidro escreve carta aberta a Fátima Campos Ferreira

Fotografia: Instagram de Júlio Isidro

Júlio Isidro é o protagonista do último programa “Primeira Pessoa”, na RTP1, conduzido por Fátima Campos Ferreira, e decidiu escrever uma carta aberta à apresentadora.

O “senhor televisão” não poupou nos elogios à colega. “O país (uma parte do país que não estava a ver outras ofertas) viu o trabalho de excepção da Fátima Campos Ferreira e do grupo de talentos da RTP Inovação (que mérito se deve reconhecer a estes profissionais) onde pomposa e generosamente fui promovido a ‘Primeira Pessoa’”, começou por escrever.

“Trinta e alguns minutos de uma conversa que não foi uma entrevista, de um documento que não foi um documentário, de um acto confessional sem penitências. O que aconteceu, foi uma cumplicidade de olhos nos olhos, uma troca de emoções por vezes no limite da lágrima, um adivinhar na vida de um, tanto da vida do outro. Só acontecem coisas assim em televisão quando há amor”, disse ainda.

“Querida Fátima Campos Ferreira, fizeste cair o pano sobre a história da minha vida. Deste, já não há mais. Disse-te muito mais do que aquilo que foi mostrado, mas mais vale saber a pouco do que enfastiar. No teu percurso tens sido sempre de um elevado profissionalismo em tudo o que fazes, nomeadamente nesta série histórica ‘Primeira Pessoa’”, acrescentou.

“Mas, diz-me o coração que desta vez aconteceu uma cumplicidade de quem conversa num espaço de luz difusa, talvez com um copo (uma chávena de chá) altas horas da noite, quando as verdades acontecem sem filtro. Aconteceu ontem o princípio do fim do meu ciclo como trabalhador deste ofício e agradeço-te profundamente porque se alguém o poderia fazer de forma sublime… serias tu. Um beijo grato do camarada de armas desta trincheira”, rematou Júlio Isidro.

Por outro lado, Fátima Campos Ferreira não conseguiu ficar indiferente às palavras do apresentador e respondeu ao carinho de Júlio Isidro.

“Júlio Isidro. O nome já nos enternece; dedica-me hoje, uma carta aberta, depois do ‘Primeira Pessoa’. Eu sabia que este era um Encontro especial. Sabia, porque meço o desafio, espreito a sociedade, e conheço alguma coisa sobre mundo da televisão, em particular”, começou por escrever.

“O Júlio é referência silenciosa de Conhecimento, Ética, de Saber Dizer, e Saber Fazer.
Anti-vedeta, mas consciente da sua competência, e da missão. Como ele diz, vivemos em trincheiras diferentes; eu acrescento, que somos observadores privilegiados do bom e do mau. Esta entrevista, e a dinâmica que a faz correr, guarda um segredo. É que há pessoas que se ultrapassam a si próprias, e representam partes substanciais do País”, afirmou.

“O Júlio é uma delas; pega-nos na mão, e ensina-nos a ver e a aprender. Porque falando de si próprio, diz-nos quem Somos! Sem meias palavras, fala da finitude, da precariedade da vida, e da autenticidade. Querido Júlio, eu sei que o tempo voa, mas o pano só cai com a morte. E, tal como no Teatro, o pano de boca vai subir e descer várias vezes. O público de pé, sempre a aplaudir-te, e a pedir : Encore …. Sim, é Amor e Gratidão! Abraço-te”, concluiu.