Fez o seu primeiro anúncio com dois meses e tinha apenas seis anos quando foi a estrela de uma das campanhas publicitárias mais icónicas de Portugal. Filipa Schlesinger contou à N-TV que “não teve escolha” na participação do anúncio que ditou a sua entrada para este meio, do qual guarda “boas recordações”.
Se nasceu antes dos anos 1980, com certeza recorda o famoso anúncio dos chocolates da marca Imperial. A brincadeira entre um idoso e uma criança que roubam chocolates de uma árvore de Natal desperta o lado mais saudosista dos portugueses, que o recordam com carinho, como aliás é possível perceber pelos comentários ao vídeo, publicado no YouTube em 2006.
“O que eu vibrava com este anúncio!”, escreve um cibernauta. “Há tanto tempo que não como um chocolate destes! E quem não se lembra do anúncio… A rapariga faz publicidade hoje em dia? E tem nome?”, pergunta outra pessoa. E pergunta bem.
“Tinha seis anos. Lembro-me perfeitamente. Eu não fiz o casting, não era eu a miúda escolhida. Sou filha do realizador que fez o anúncio [João Rapazote] e eles tinham escolhido uma miúda um bocadinho mais nova, que era o que os clientes queriam, mas a miúda era tão nova que não conseguia debitar o texto. Então o meu pai pediu que me fossem buscar à escola e fiz o anúncio. Eu não tive escolha. [risos] Eu era a prata da casa”, começa por contar Filipa Schlesinger à nossa revista digital sobre o anúncio, que veio a ficar no ar nos 20 anos seguintes.
“Foi num dia muito quente, a lareira estava acesa, estava imenso calor”, recorda, hoje uma mulher de 44 anos, a “miúda” que será para sempre conhecida pela frase que ainda hoje é repetida por todos os que vibravam com um dos anúncios de Natal mais icónicos de sempre.
“Não, não, o coelhinho vai com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao circo”. Era assim que terminava e era dito por uma criança que, ainda que não fosse suposto estar ali, esteve em tantas outras publicidades. “Fiz tantos, tantos, tantos anúncios… Para mim era uma coisa tão normal… Quando fiz o meu primeiro anúncio tinha dois meses. Ao contrário do que as pessoas acham, para mim era natural”, conta Filipa à N-TV.
Depois de ter estudado no estrangeiro, Filipa Schlesinger acabou por regressar a Portugal, onde trabalhou na empresa de publicidade Massa Cinzenta. Mas o destino ditou que acabaria na empresa do pai, Panorâmica 35, onde foi diretora de produção, um cargo que abandonou “há dois ou três anos”.
TEXTO: Mafalda Carraxis
