Luís Aleluia conta em entrevista a Daniel Oliveira que foi “vítima de violência doméstica” por parte do padrasto. Os abusos físicos e psicológicos terminaram quando tinha nove anos e foi viver para a Casa do Gaiato.
Entrou aos nove anos nesta instituição e aí viveu até completar 16. Para trás ficaram anos de violência doméstica às mãos do padrasto, um homem abusivo que chegou a trancar Luís Aleluia e a sua mãe na rua, ao frio e à chuva. “[Era] Por causa do vinho, por causa do futebol… Perdia o Vitória [de Setúbal, onde nasceu] e levávamos pancada, ganhava o Vitória e levávamos pancada”, recorda o eterno menino Tonecas, da série de humor “As lições do Tonecas”.
É o ator, que celebra 58 anos a 23 de fevereiro, quem conta episódios dessa época em entrevista a Daniel Oliveira, emitida no “Alta Definição”, da SIC, do próximo sábado.
“Éramos postos na rua, a chover… sei lá. Ele [o padrasto] trancava a porta de casa, mas por dentro e com a chave metida na fechadura… Lembro-me de aos sete ou oito anos subir pelo telhado e tirar a chave.”
Luís Aleluia
Aleluia, membro da direção da Casa do Artista, em Lisboa, frisa que o que passou na sua infância são “coisas que uma criança não deve passar, não deve viver, porque isso vai marcar-lhe a vida toda”. E afirmou que o pai, um homem doente, nunca soube. “Eu era proibido de lhe contar, para o defender”.
Lembra-se, diz, de ter memórias dessa violência a partir dos “seis, sete, oito anos” e alerta que as vítimas de situações como a sua “confundem medo com respeito”: “Respeitamos porque temos medo de faltar ao respeito e que isso nos puna de qualquer maneira”.
No excerto partilhado pelo apresentador da estação de Carnaxide nas redes sociais, Luís Aleluia refere ainda a mãe, que “muitas vezes apanhou” porque se colocou à sua frente, defendendo o filho do marido.
TEXTO: Ana Filipe Silveira