Luís Jardim critica júri do Festival: “Júlio não percebe nada de música. Tozé Brito não é um tipo confiável”

Júlio Isidro, Luís Jardim e Tozé Brito. Fotografias: Global Imagens

O produtor musical Luís Jardim não tem dúvidas. Para ele, os nomes escolhidos pela RTP para integrar o júri do Festival da Canção “não percebem nada de música, tirando uma ou duas pessoas”. Em exclusivo à N-TV, sustenta a sua opinião.

“Um júri que dá um ponto à canção do José Cid, que sabe mais de música do que eles todos juntos, diz muito sobre o júri”, atira Luís Jardim, que não concorda com a classificação obtida pelo intérprete e compositor de “O Som da Guitarra É A Alma De Um Povo”.

“Como é possível ter tido apenas um ponto? Até pelo respeito à sua carreira nunca poderia ter só um ponto”, considera o produtor musical, referindo-se ao voto que Cid recebeu do júri, este ano composto por Ana Bacalhau, Ana Markl, António Avelar Pinho, Carlão, Mário Lopes, Sara Tavares, Tozé Brito, Luísa Sobral e Júlio Isidro, que o volta a presidir.

Carregue aqui e conheça a resposta de José Cid
“às más-línguas e aos que o querem destruir”

Do público, o músico, de 76 anos, recebeu seis pontos, insuficientes para lhe assegurar o apuramento para a final do festival, marcada para o próximo domingo, no Pavilhão Multiusos de Guimarães.

“Um tipo que protege o Tony Carreira não é confiável”

Luís Jardim vai mais longe e particulariza o caso de dois elementos do júri. Primeiro, Júlio Isidro, escolhido para o comandar pelo segundo ano consecutivo. “O Júlio Isidro deu muito ao espetáculo, à televisão e até à música, mas mais do lado da gestão. Não percebe nada de música”, diz à N-TV o músico, sem qualquer reserva.

Mas é com Tozé Brito que o homem escolhido frequentemente pela TVI para presidir o júri dos seus “talent shows”, como vai voltar a acontecer com a nova edição de “A Tua Cara Não Me É Estranha”, é mais crítico.

“Conheço perfeitamente o Tozé Brito. É o pior exemplo para julgar um caso de eventual plágio [referindo-se ao caso de Diogo Piçarra]. Um tipo que é diretor da Sociedade Portuguesa de Autores e protege o Tony Carreira não é confiável”, sublinha.

O alegado caso de plágio do compositor de “Canção do Fim”, acusado de copiar um canto litúrgico, não é, aliás, esquecido. Com “o curso de musicólogo nos Estados Unidos”, Luís Jardim lembra que só há sete notas musicais.

“Depois, há variantes, mas há sempre alguma semelhança entre canções”, explica à nossa revista. Ainda assim, o produtor musical admite “o perigo de plágio em teoria”, embora acredite “que o Diogo não o tenha feito”.

TEXTO: Dúlio Silva