“Marquise” de Ronaldo: Câmara diz que está ilegal e arquiteto revolta-se e promete agir

Cristiano Ronaldo
Fotografia: Instagram Cristiano Ronaldo
Continua na ordem do dia o “caso” da marquise mandada construir por Cristiano Ronaldo no último andar de um edifício em Lisboa. A Câmara diz que é ilegal e o arquiteto revela perplexidade.
É a notícia que tem enchido páginas de jornais e que se tornou viral nas redes sociais: depois de comprar o apartamento mais caro do país, por sete milhões de euros, no último andar de um edifício na Rua Castilho, em Lisboa, Cristiano Ronaldo mandou adicionar uma “marquise”, uma estrutura em vidro onde guarda, por exemplo, os equipamentos de treino, conforme foi possível perceber pelo InstaStories publicado pela namorada, Georgina Rodriguez.

Entretanto, a Câmara Municipal de Lisboa já fez saber que o projeto é ilegal porque a construção não foi autorizada pelos condóminos – “será feita inspeção e reposta a legalidade, garantiu o presidente da autarquia, Fernando Medina -, e o arquiteto do prédio garante que vai lutar “até às últimas consequências”.

Num texto, publicado no Facebook e intitulado “O autogolo de CR7”, José Mateus, que assinou o projeto do prédio, garante que a admiração pelo capitão da Seleção Nacional terminou.

“A admiração e respeito que tinha por Cristiano Ronaldo, um atleta exímio e inspirador, um exemplo para todos que muitas vezes referi perante os meus filhos e alunos, desmoronou-se num ápice”, começa por referir nas redes sociais.

“Comprou um apartamento no edifício Castilho 203, cuja arquitetura foi desenhada pela ARX, atelier que fundei com o meu irmão Nuno em 1991 e que baseia o seu trabalho, tal como CR7, numa dedicação extrema, níveis de exigência altíssimos, trabalho diário duríssimo. Assistir ao desrespeito e à conspurcação de forma ignóbil do nosso trabalho, da nossa arquitetura, sem ter cumulativamente a anuência dos arquitetos, dos vizinhos e sem projeto aprovado pela CML, construindo à bela ‘maneira antiga’ uma marquise no coroamento do edifício, é algo a que não vou assistir parado”, garante.

“Há cultura, há autorias, há regras, há respeito pelos outros e pelo trabalho dos outros, há civismo, há princípios que não admito que sejam atropelados. Seja por quem for.
Inúmeras vezes vibrei com a arte de CR7, emocionei-me com os seus golos extraordinários. Hoje marcou um autogolo, aquele que me ficará gravado para sempre, na minha arquitetura, e sob a forma de um profundo desprezo”, remata José Mateus.