Entretanto, a Câmara Municipal de Lisboa já fez saber que o projeto é ilegal porque a construção não foi autorizada pelos condóminos – “será feita inspeção e reposta a legalidade, garantiu o presidente da autarquia, Fernando Medina -, e o arquiteto do prédio garante que vai lutar “até às últimas consequências”.
Num texto, publicado no Facebook e intitulado “O autogolo de CR7”, José Mateus, que assinou o projeto do prédio, garante que a admiração pelo capitão da Seleção Nacional terminou.
“A admiração e respeito que tinha por Cristiano Ronaldo, um atleta exímio e inspirador, um exemplo para todos que muitas vezes referi perante os meus filhos e alunos, desmoronou-se num ápice”, começa por referir nas redes sociais.
“Comprou um apartamento no edifício Castilho 203, cuja arquitetura foi desenhada pela ARX, atelier que fundei com o meu irmão Nuno em 1991 e que baseia o seu trabalho, tal como CR7, numa dedicação extrema, níveis de exigência altíssimos, trabalho diário duríssimo. Assistir ao desrespeito e à conspurcação de forma ignóbil do nosso trabalho, da nossa arquitetura, sem ter cumulativamente a anuência dos arquitetos, dos vizinhos e sem projeto aprovado pela CML, construindo à bela ‘maneira antiga’ uma marquise no coroamento do edifício, é algo a que não vou assistir parado”, garante.
“Há cultura, há autorias, há regras, há respeito pelos outros e pelo trabalho dos outros, há civismo, há princípios que não admito que sejam atropelados. Seja por quem for.
Inúmeras vezes vibrei com a arte de CR7, emocionei-me com os seus golos extraordinários. Hoje marcou um autogolo, aquele que me ficará gravado para sempre, na minha arquitetura, e sob a forma de um profundo desprezo”, remata José Mateus.