Matilde Breyner sobre aborto: “Quando nos íamos deitar ouvíamos o outro a chorar”

Matilde Breyner
Fotografia: Instagram Matilde Breyner

Matilde Breyner esteve à conversa com Manuel Luís Goucha no vespertino “Goucha”, na TVI, e abordou um dos períodos mais complicados da sua vida.

A intérprete recordou a perda da sua filha Zoe e a forma como lidou com o aborto da bebé.

Matilde Breyner começou por referir que a perda de Zoe não foi a primeira e que já tinha sofrido um aborto espontâneo: “Quando tive a primeira perda, o Tiago não estava cá. Não era preciso. Sinto-me muito acompanhada pelo Tiago, esteja ele lá, ou cá”, começou por dizer, referindo-se ao marido, o ator Tiago Felizardo, que divide o seu tempo entre Portugal e os Estados Unidos.

Posteriormente, Matilde Breyner contou que tudo corria bem na gestação de Zoe até que fez uma ecografia morfológica na qual foram detetados problemas. Depois fez vários exames até chegar a amniocentese, o exame decisivo.

“Os médicos preparam-nos logo e disseram-nos que era mau. Até fazermos a amniocentese tive sempre a esperança daquilo não ser verdade”, referiu.

“A partir do momento em que o médico nos deu a confirmação, eu e o Tiago ficamos dois dias em silêncio, não falamos sobre o assunto, ficamos a digerir aquilo. (…) Os médicos deram-nos sempre a hipótese de interromper a gravidez e foi isso. Foi um ato de amor. Não era viável”, explicou ainda.

A convidada de Manuel Luís Goucha relatou como o foi o parto: “Estava acordada, senti tudo, senti as dores normais de um parto, tomei epidural, senti-a nascer”.

O casal de atores conheceu a bebé e embrulharam-na numa manta, que levaram posteriormente para casa.

“Foi um processo. Quando nos íamos deitar ouvíamos o outro a chorar. Nessa altura dei força a toda a gente. Fui eu que assumi o controlo”, acrescentou.

“Ser mãe é a coisa mais poderosa do mundo. Eu voltava a viver aquele parto mesmo sem trazê-la para casa. Nunca me senti tão poderosa na minha vida”, garantiu.

Matilde Breyner afirmou ainda que esta foi uma experiência que a mudou: “Dei um salto gigante em maturidade. Deixei de dar importância a coisas com que eu me preocupava tanto”.

“Sinto-me privilegiada por ter passado por isto, porque acho que isto me tornou melhor. Tenho muito mais empatia com tudo à minha volta”, atirou.