António Reis morreu, esta terça-feira, 5 de abril, aos 77 anos, no Porto, em consequência de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte da companhia teatral.
O cofundador da Seiva Trupe e do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) perdeu a vida. A notícia foi confirmada pela Seiva Trupe numa nota de pesar publicada no Facebook.
“Ao seu nome ficam ligadas memórias e as raízes do teatro no Porto. Tendo iniciado a sua atividade teatral no ‘velho Conservatório do Porto’, o Grupo dos Modestos, em 1964, cedo se distinguiu e integrou-se como profissional no Teatro Experimental do Porto em 1970. Aí, onde, entre outras, ficam marcantes e inesquecíveis as interpretações em ‘Fim de Festa’, de Beckett, ou em ‘A Casa de Bernarda Alba’, de Lorca, em 1972”, começou por destacar, em comunicado.
“Integrando o grupo dissidente de Angel Facio (GIT – Grupo Independente de Teatro), em ‘Streap- Tease’ e ‘Carlos’, de Mrozeck, a sua voz inconfundível, como o seu carácter, ecoaram ao, como se diz, cofundar a Seiva Trupe, após uma curta passagem por Lisboa, onde ainda contracenou com Laura Alves”, prossegue.

“Foram dezenas os êxitos, quer no palco, quer como corresponsável da emblemática estrutura teatral do Porto, sendo difícil distinguir, pelas suas qualidade e personalidade inconfundíveis, a escolha entre o famoso ‘Um Cálice de Porto’ ou, antes, em ‘Perdidos numa Noite Suja’, de Plínio Marcos, ou, depois em ‘Macbeth’, de Shakespeare, ou ‘Uma Visita Inoportuna’, de Copi, o tanto que arrancou de merecidíssimos aplausos”, adianta.
António Reis recebeu ainda distinções como a Medalha de Mérito Cultural da Cidade do Porto, o Prémio Prestígio da Casa da Imprensa e o Grau de Comendador da ‘Ordem do Infante Dom Henrique.
“É com pesar e saudade que a Seiva Trupe anuncia e perde um dos seus alicerces em que se fundou e cresceu nestes mais de 48 anos – e nela e com ela o teatro no Porto, de que é parte indissociável da sua História. Mas despede-se com o orgulho de o ter tido entre os seus e a promessa de que saberá continuar, honrando-lhe a memória. Até sempre, António”, conclui a nota.