Moura Guedes: “José Sócrates andou a fazer rapapés a uma jornalista da TVI”

Manuela Moura Guedes: uma mulher sem rodeios, tal como a habituámos a ver e ouvir. A jornalista mantém essa postura e, quando se fala de José Sócrates, que a profissional alega ter sido o responsável pelo seu afastamento da televisão, não é exceção.

Desta vez, em entrevista ao jornal “i”, o antigo rosto da Informação da TVI fala de um alegado episódio que o antigo primeiro-ministro terá protagonizado com uma outra jornalista da estação de Queluz de Baixo. “Ele ligava para os jornalistas. Esse [José Sócrates] então dava-se ao trabalho de ser ele a ligar pessoalmente, eles ficavam encantados”, começa por dizer Manuela Moura Guedes, que em seguida particulariza um caso.

“Não vou dizer quem, mas ele convenceu até uma jornalista de que andava interessado nela. Lembro-me perfeitamente, uma jornalista de política.”
Manuela Moura Guedes

Uma jornalista da TVI a quem o antigo chefe de governo português “andou a fazer rapapés”, continua, com risos à mistura. “Não é divertido? Ligava-lhe…”, completa Manuela Moura Guedes, afastada do jornalismo por uma alegada pressão do antigo primeiro-ministro à administração do canal de Queluz de Baixo e que culminou com o fim do noticiário que Manuela Moura Guedes conduzia, o “Jornal Nacional – 6ª Feira”, defende a própria.

Na mesma entrevista, a mulher de José Eduardo Moniz volta a tecer considerações sobre a acusação formal do Ministério Público a José Sócrates. Manuela Moura Guedes considera “fascinante” os desenvolvimentos da Operação Marquês. Mas adverte: “Vou confessar uma coisa, que não sei se as pessoas acreditam ou não, mas é a verdade. Estava uma noite destas sozinha, com um jornal na mão, e vi aquelas escutas com as mulheres, aquele chorrilho de mulheres que ele tinha a pedirem-lhe dinheiro.”

“Estive a ler e dei comigo com pena dele [de José Sócrates]. Aquilo era uma coisa inacreditável”
Manuela Moura Guedes

A jornalista chega mesmo a dizer que José Sócrates “tinha uma rede de mulheres…”. “Não sei por que é que elas tinham direito ao dinheiro, se calhar porque lhe fizeram imensos favores, sei lá. Não me interessa. Mas segundo aquelas escutas, ele dava dinheiro em barda àquele mulherio todo. E pensei: ‘Isto não é normal, eu estou com pena dele’”, relata.

“Aquilo era demais, até a mãe”, constata Moura Guedes. “‘Ó filho…’ ‘Mmmm’ – ele fazia este som cada vez que cada mulher lhe ligava [risos] – ‘então’ ‘ó filho, não vou dizer… é que vi um casaquinho tão lindo…’. [risos] Pimba! Lá ia! Chulice!”.

TEXTO: Dúlio Silva

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