Mulher de Pedro Lima contra requisição civil do Governo para ceder casa a doentes com covid-19

Fotografia: Instagram Anna Westerlund

Anna Westerlund, ceramista e mulher do malogrado ator Pedro Lima, mostrou-se revoltada por ter de ceder a sua casa no Alentejo aos doentes com covid-19 devido à requisição civil do Governo.

“Desde ontem que sinto que estou a viver numa DITADURA! Temos uma casa no @zmarecoexperience, e o Governo decidiu que a temos de disponibilizar para receber doentes covid de Odemira, a maior parte deles trabalhadores nas estufas locais. Diz o primeiro ministro que eles têm direito a viver em condições dignas (obviamente, mas esse direito não começou ontem!)”, começa por referir no Instagram a ceramista e mulher do ator da TVI que perdeu a vida em junho do ano passado.

“Pergunto eu: há quanto tempo é que eles não vivem em cima uns dos outros enfiados em casas sabe-se lá em que condições. Não é desde o tempo do covid! E agora não são os empresários que os contratam que são responsáveis por eles? Não é o Governo que fecha os olhos à quantidade deles que devem estar ilegais que cuida deles? Sou eu que sou OBRIGADA a ceder a minha casa para os receber”.

“Melhor ainda, o Zmar está já há muito tempo numa situação financeira difícil e agora que tinha um investidor decidido a dar ao Zmar a dignidade que merece, acontece isto.
Pergunto eu se o investidor desistir, quem é que se vai preocupar com os 200 trabalhadores do Zmar que vão ficar sem trabalho? Se o Zmar fechar quem é que se vai preocupar com a dinamização turística importante que este empreendimento proporciona naquela região? Se o Zmar fechar quem é que se vai preocupar com os proprietários que ficam com casas na ‘terra de ninguém’?”, acrescenta.

“Gostava de saber o que é que o primeiro-ministro vai requisitar nessa altura!? Pelos vistos nós cidadãos comuns que cumprimos com as nossas obrigações, perdemos facilmente os nossos direitos a favor de empresários que não tomam conta dos direitos dos seus trabalhadores”.

“Isto que está a acontecer com o Zmar e que parece uma simples requisição civil para resolver o COVID naquela zona é o camuflar de uma descaracterização daquela região que se enche de estufas, da ganância económica que não pára para pensar nem olha a meios. Isto que está a acontecer no Zmar é MUITO GRAVE”, remata Anna Westerlund.