Nuno Markl: “O ‘Taskmaster’ é uma fuga constante ao guião”

nuno markl

O radialista e Vasco Palmeirim apresentam o programa dos sábados à noite da RTP1 que põe famosos a realizar as mais diversas provas. Nuno Markl garante que o caos é organizado.

Sábado à noite é dia de diversão na RTP1, com o “Taskmaster”, o programa que desafia figuras públicas a realizar provas divertidas com uma dose de loucura à mistura. Jessica Athayde, Gilmário Vemba, Toy e Inês Aires Pereira – a que se junta um convidado semanal -, estão nas mãos de Vasco Palmerim, o “controlador” e dono do cadeirão, e de Nuno Markl, o assistente, que se senta na cadeira mais pequena. “Afeiçoei-me aquele cadeirão, apesar de ser humilhante – as pessoas veem-me ali sentado daquela maneira, mas com a humilhação eu posso bem”, diz Nuno Markl, em entrevista à N-TV.

“Ser o assistente foi quase imoralmente divertido, porque não há emprego melhor do que estares a ver pessoas a passar por aquilo. O que já não tem tanta piada – embora para o telespetador vai ter – é quando eles usam o meu corpo para determinados fins das suas provas. Fisicamente foi muito intenso, mas estava na boa com isso, percebia qual era a lógica deles”, prossegue.

O animador da Rádio Comercial mostra-se surpreso com os concorrentes famosos. “Surpreendeu-me a forma como eles resolviam as coisas. Há uma curiosidade sobre o antes de acontecer, do género ‘como é que aquela personalidade vai realizar aquela prova?’. Se calhar as pessoas têm a ideia de como cada concorrente resolveria uma coisa, mas aquilo foi por caminhos inesperados. Lembro-me que o Toy fez uma coisa tão estranha que no fim perguntava: ‘por que é que eu fiz aquilo’? Respondi que não fazia ideia, mas adorei ver”.

Nuno Markl Vasco

Nuno Markl acrescenta que “o ambiente era tão acolhedor que toda a gente se comportou como se estivesse numa festa de anos infantil”. “De repente tínhamos sete ou oito anos e estávamos numa festa no quintal. Todo o processo foi relaxado”.

Quanto à escolha dos concorrentes, o comunicador ficou satisfeito com o leque, mas admite uma preferência. “A escolha foi um misto entre sugestões que eu e o Vasco demos e a última palavra foi da RTP. Acho que estes concorrentes foram muito bem escolhidos. Há imensas pessoas que gostava de ver aqui, adorava ver o Hugo van der Ding nisto”.

E, no meio do “caos”, haverá alguma organização? “Todo este programa é uma fuga constante ao guião. Quando as provas estão a acontecer os concorrentes não sabem o que está no envelope, ou seja, se a prova vai ser física ou intelectual. É uma tela em branco e quando eles abrem o envelope toda a gente tem de estar preparada para o que vai acontecer, seja eu enquanto juiz daquilo, sejam os câmaras. Tínhamos uma equipa de produção e realização ótima que apanhou todos os ângulos do caos e tornou-se muito divertido e isso vai passar para as pessoas. É um grande caos, mas feito de uma maneira muito profissional”.

Entre os diversos concorrentes, Nuno Markl assume-se admirado com a destreza de Toy, que ficou conhecido, nos bastidores do “Taskmaster” como a “gazela”. “O Toy surpreendeu-me pela agilidade física extraordinária. Estamos a falar de um homem que já teve um ataque cardíaco, que não é, à partida, uma pessoa que se pense que é uma gazela, mas ele é! Tem uma elegância, as coisas físicas que ele fez… ia tendo um acidente gravíssimo e depositou confiança em mim para me salvar! Da parte dos outros concorrentes o Fernando Mendes foi de uma entrega extraordinária”.

Nuno Markl destaca, ainda, um músico. “As pessoas não estão à espera do António Zambujo fazer coisas e ele foi o concorrente mais cool de todos, parece que flutuava pelas provas e tem superpoderes”.

No regresso à televisão, o radialista admite que só poderia acontecer neste programa. “Se é para regressar tinha que ser com uma coisa destas, porque sou tão fã do original… foi o Vasco que me deu a conhecer e fiquei viciado. No início especulou-se que ele poderia estar nas provas e, pela provecta minha idade, estar eu no cadeirão grande, mas rapidamente se percebeu que aquilo não fazia sentido: para já, em termos de cabeça o Vasco é mais velho do que eu e dá me muito na cabeça, portanto a dinâmica era esta – ele a controlar as coisas e eu no campo a lidar com aquele caos todo”, conclui.