Paula Neves esteve à conversa com Júlia Pinheiro, no programa “Júlia”, transmitido pela SIC, e falou acerca dos problemas de infertilidade.
Paula Neves foi convidada de Júlia Pinheiro no programa homónimo e, após terem relembrado a peça “Os Monólogos da Vagina”, onde contracenaram juntas, começaram a falar acerca da vida pessoal da atriz que já soma três décadas de carreira, tendo começado aos 19 anos com a série “Riscos”.
Paula apaixonou-se pelo companheiro, Ricardo, com 21 anos. Os dois passaram de grandes amigos a amantes: “Desde a noite que ficamos juntos, nunca mais nos largamos”, notou.
Ao fim de quatro anos, decidiram casar. Sem anel, sem pedido, mas com muito amor. Contudo, Paula percebeu, rapidamente, que a maternidade não fazia parte dos planos futuros: “Esgotamos o que era possível fazer através da ginecologia. Tínhamos de entrar para o universo da infertilidade”, explicou, referindo que nunca foi um desejo ser mãe, mas devido às pressões impostas pela sociedade, começou a questionar o porquê de não conseguir engravidar.
Sobre o universo da infertilidade, a atriz, de 45 anos, garante ser a “coisa mais antinatural e violenta que existe”: “O bocadinho que andamos na infertilidade foi caro, foi exigente, foi difícil, foi agressivo e foi horrível para a nossa intimidade”.
Quando decidiram que queriam sair do “universo da infertilidade” e aceitar que não teriam filhos, a relação voltou a encarrilhar: “Percebemos que não era para nós”.
“Eu não tenho instinto maternal, eu não tenho vontade de ser mãe, eu não tenho capacidade para adotar emocionalmente”, referiu.
Paula recorda “relação abusiva” na adolescência
Aos 13 anos, enquanto vivia o primeiro amor, Paula foi vítima de uma “relação abusiva”. Durante seis meses, a atriz foi vítima de violência doméstica e, durante vários anos, deu a cara por várias campanhas contra a causa: “Nunca, em nenhum momento, eu confundi violência com amor. (…) Eu quis terminar o namoro e ele achou que a maneira de me convencer era através da violência. Tive seis meses a levar tareia, com ele a achar que era assim que me convencia a estarmos juntos”, relembrou.
Paula revelou que só contou aos pais, quando não teve alternativa: “Só quando percebi que não conseguia resolver sozinha, a coisa estava a escalar muito, em violência profunda”.
“Quando eu lhes disse, a situação parou. Até hoje, não sei o que eles fizeram. Mas sei que resolveram”, acrescentou.