Paulo Rocha em entrevista: “Saí de cá aos 33 anos e construí uma vida no Brasil”

Fotografias: Divulgação RTP

A viver há anos no Rio de Janeiro, o ator regressou a Portugal para gravar “A Rainha e a Bastarda” e já voltou ao Brasil para entrar na nova novela.

Paulo Rocha, o “Lopo Aires Teles”, melhor amigo do rei D. Dinis na série da RTP1 “A Rainha e a Bastarda” esteve em Lisboa para apresentar a sua personagem e, entretanto, regressou ao Brasil para participar na novela “Olho por Olho”, do amigo João Emanuel Carneiro. O ator que, na SIC, entrou na primeira temporada de “Amor, Amor” – na qual fez o papel do bombeiro marido de Linda (Joana Santos) -, quer, agora, manter-se perto da família – a mulher Juliana Pereira e o filho, José Francisco.

“Vim de propósito a Portugal para o lançamento da série e deu para estar com o meu pai”, refere o ator, em declarações à N-TV. “Depois de gravar cá ‘A Rainha e a Bastarda’ o regresso ao Brasil está a ser muito bom. Estava com saudades e aproveitei para estar com a família”.

No Rio de Janeiro Paulo Rocha gravou, entretanto, “Dois Tempos”, uma série que vai estear na plataforma Star Plus e que se passa nos anos 20 e nos dias de hoje. Seguiu-se, novamente no nosso país, uma série de contos com a realização de Luís Galvão Telles e, no próximo mês, a tão aguardada participação em “Olho por Olho”, uma vez mais no outro lado do Atlântico.

“Não gosto de ficar sem trabalhar, a minha mulher também acha que estou melhor a trabalhar”, brinca o ator. “Quero gravar com os meus amigos, vamos estar todos juntos de novo. Esta novela era para ter sido gravada em maio de 2020, portanto, agora, ‘Olho por Olho’ é um projeto novo, mas ao mesmo tempo antigo”.

O intérprete afirma que tem o coração dividido entre os dois países. “Saí daqui com 33 anos, hoje tenho 44. Portugal é o meu país, tenho cá as minhas referências, mas construí uma vida no Brasil. Para mim os países equivalem-se.”

Sobre “A Rainha e a Bastarda”, Paulo Rocha descreve a série como “uma aventura sobretudo do ponto de vista de pesquisa”. “Não foi só andar de capa e espada, foi tentar descobrir os códigos sociais da época. E, depois disso, ver as perspetivas nas relações entre as personagens, o adultério, o sexo fora do casamento… era tudo uma forma de estar diferente. Sexo? A nossa série é animada”, admite.

Depois “houve muito trabalho físico”. “Tivemos aulas de equitação, trabalhámos as coreografias com a Espada Lusitana. Os cavaleiros usavam umas cotas de malha que eram inacreditáveis, pelo amor de Deus! Pesam quase 30 quilos e ainda tínhamos de andar ali com as espadas atrás! Azar durante as filmagens? Houve uns toques, uns cortes, comigo em específico não, porque… fugia sempre”.

Sobre a personagem, “Lopo”, Paulo Rocha recorda que é a melhor amiga do rei D. Dinis (Rúben Gomes). “O Lopo é o cavaleiro de maior confiança do rei D. Dinis, são como irmãos. Ele acaba por perder um filho e tem preocupações com a família, é uma personagem muito humana, que tem várias facetas, valores muito vincados, mas também tem falhas. Foi um prazer enorme fazer essa personagem”, remata.