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“Pecado” é a nova minissérie da TVI. Entrevista aos atores

Fotografia: Instagram Diogo Infante

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“Pecado” é a nova trama da TVI e tem data de estreia marcada para este sábado, dia 25 de setembro. O elenco desta minissérie é composto por atores como Diogo Infante, Pedo Lamares e Dalila Carmo, que estiveram à conversa com a N-TV.

Da autoria de Maria João Costa, a trama narra a história do padre “Santiago” (Pedro Lamares]) que acaba por se apaixonar por uma paroquiana, “Maria Manuela” (Daniela Melchior) e assim enfrenta um dilema moral.

“Espero que o público esteja recetivo em relação à história, acho que a controvérsia é sempre uma coisa boa e se ela aparecer até é bom, é sinal que a história está viva. Espero que haja pelo menos uma reação”, referiu Dalila Carmo, “Rosa” na série, em conversa com N-TV.

Já Pedro Lamares acredita que o tema da trama merece ser debatido e espera que cause impacto no público.

“Qualquer coisa que tenha interesse e que tenha uma real trama e que mexa com as pessoas é passível de gerar discórdia e nós não trabalhamos para a concórdia nem para agradar a gregos e a troianos e sim para levantar questões, que é essa a verdadeira finalidade da arte. Dentro da igreja Católica existem várias igrejas, existem várias perspetivas, vários concílios do Vaticano com diferentes perspetivas e católicos muito mais progressistas, e católicos que são altamente defensores do celibato e outros que não o são. Historicamente, qualquer pessoa, independentemente da sua postura em relação à sua religiosidade e do seu maior ou menor conservadorismo, só se não quiser ver é que não perceberá que a única diferença dos tempos que correm é que isto passou a ser notícia”, disse.

“O meu padrasto é neto de um padre portanto, isso não é coisa nova e, aliás, os padres que se apaixonam por paroquianas maior de idade e que deixam o sacerdócio e vivem esse amor são até os que considero menos criticáveis em termos morais, porque há coisas bem mais horrorosas dentro da igreja Católica, como violações e abusos de menores, e coisas que são de factos mais gravosas. Aqui o que há é um dilema moral para o padre Santiago que, apesar de ter uma postura progressista e questionar a questão do celibato obrigatório no sacerdócio, não se sente legitimado a apaixonar-se e viver uma relação pois, está numa instituição que não o permite”, acrescentou Pedro Lamares.

O ator revelou ainda que para se preparar para interpretar o padre Santiago teve longas conversas com um padre jesuíta amigo. Referiu ainda que também leu o Novo Testamento pela primeira vez.

“É urgente a sociedade civil, e não só, refletir sobre este tipo de votos. Estamos no século XXI, evoluímos e há uma série de princípios que vale a pena questionar se continuam a fazer sentido nos tempos que correm, porque são de uma enorme violência para a natureza humana, tanto que depois as pessoas acabam por incorrer no incumprimento dessas normas, porque a natureza fala mais alto e acabam por falhar, pecar”, afirmou Diogo Infante, que dará vida a “Horácio”.

“Acho que nesta série há muitos pecados, peca o padre, pecamos todos porque mentimos e nos iludimos e vivemos de aparências”, reforçou.

“Pecado” é uma minissérie de seis episódios, que foi gravada entre Estremoz e Lisboa, e desta forma o processo de gravação e preparação é diferente de uma novela.

“É como da noite para o dia, basta saber que uma novela pode demorar sete a nove meses, às vezes dois anos a gravar pois, são cerca de 200 episódios. No caso esta série tem seis episódios gravados durante seis semanas, o que para nós foi um luxo. É evidente que tem tudo que ver com o valor de produção. Há séries – algumas portuguesas, e suponho que sobretudo as estrangeiras -, fazem seis episódios em seis meses, portanto é tudo relativo. Tem tudo que ver com o investimento. Para nós, atores, o essencial é o investimento que fazemos em cada cena, em cada take, em podermos ir mais longe e não termos de correr pela da cena porque temos mais 15 ou mais 20 para fazer. Portanto quando se tem um plano com duas ou três cenas num dia nem queremos acreditar, e é evidente que assim o investimento deverá ter um resultado proporcional em termos de qualidade, tudo é mais cuidado”, explicou Diogo Infante.

No que diz respeito ao texto e à construção das personagens, Pedro Lamares garante que houve uma grande liberdade.

“O texto neste trabalho serviu como uma premissa, ele foi antes de mais uma rampa de lançamento e uma nota de intenções sobre o que era cada uma das personagens e depois um percurso narrativo, o arco da história e o que acontece factualmente. Depois houve uma grande liberdade que nos foi dada pelo António Borges Correia de olharmos para o texto e construirmos a partir do texto. Cada um levou as suas propostas e foram debatidas entre todos”, afiançou o ator.

“A personagem [Horácio] confrontou-me e colocou-me numa série de situações desconfortáveis, mas, exatamente por isso, boas. Por vezes olhávamos uns para os outros e dizíamos ‘Como fazemos isto?’ Só há uma maneira, é mergulhar e não julgar, e houve algumas cenas difíceis, quer porque tecnicamente eram complicadas ou porque estava muito calor, mas essencialmente estou a falar de cenas mais emocionais”, revelou Diogo Infante.

A série é da autoria de Maria João Costa, galardoada com um Emmy na categoria de Melhor Telenovela, e uma coprodução TVI e Maria & Mayer e contou com o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). A direção do projeto ficou a cargo do realizador António Borges Correia.