O ator dá vida a um dos protagonistas da novela da TVI “Queridos Papás”, que lidera no horário. Viciado em viagens, tem a paternidade adiada mas, na trama, já se rendeu aos miúdos.
A ficção não podia imitar menos a realidade: na novela das onze da noite da TVI “Queridos Papás”, Pedro Sousa, o “Simão”, interpreta um pai preocupado. Mas esse cuidado com as filhas ficava em estúdio, conta à N-TV. “Ser papá na ficção é ótimo porque vou para casa e descanso. Os meus colegas, que são pais na realidade, vão para casa e dão banhos e jantares, coisas que eu não faço”, diz o intérprete, com um sorriso. “É trabalho que, para já, prefiro dispensar, a novela já me cansa o suficiente”, garante.
Para já, a experiência da paternidade não está em cima da mesa. “Claro que é muito giro ter esta experiência, mas nunca pensei nisso, não é um objetivo que eu tenho, se acontecer é um processo natural, mas não sou uma pessoa que sempre sonhou ser pai”. “Deixo isso, como deixo a minha vida inteira, desenrolar-se naturalmente”, justifica Pedro Sousa.
Na novela que lidera as audiências da TVI às onze da noite e passa logo a seguir ao sucesso “Festa é Festa”, Pedro Sousa é “Simão”, “viúvo, um rapaz muito querido, calminho, um homem do bem, não vê maldade em lado nenhum”. “Tem problemas com a sogra, que é mãe da falecida mulher. Os últimos dois anos da vida dele foram de luto, só virados para as filhas e para o trabalho e não se permitia viver, nem ponderava a hipótese de refazer a vida”, recorda.

Mas tudo muda quando conhece os outros três protagonistas: José Fidalgo, Fernando Pires e Tiago Teotónio Pereira. “Ele vai conhecer uma nova vida com os outros rapazes e, aos poucos, começa a permitir-se viver. Quando estávamos os quatro havia palhaçadas! Mandavam-nos um berro e nós rimos na cara deles!”.
Este “Simão” é bem diferente da personagem anterior, o soturno “Lourenço”, de “Para Sempre”. “O ‘Lourenço’ era um sofredor, achava que era um injustiçado, o mundo inteiro estava contra ele, refugiava-se no álcool, drogas e jogo. Já o ‘Simão’ sofreu a perda da mulher, mas é ingénuo, tem 100 por cento de pureza”.
“O que importa”, acrescenta Pedro Sousa, é que “as personagens sejam muito diferentes” e, na novela, tem uma “relação incrível com o elenco juvenil”.
Aventura no Alasca
Antes de começar a gravar “Queridos Papás”, Pedro Sousa esteve no Brasil e no Perú e encantou-se pelo Alasca. “Foi inacreditável, não sei explicar aquilo que se vive ali. Fomos para a loucura total”, lembra sobre a viagem que fez com o amigo e ator Ângelo Rodrigues. “Vimos o ‘In to the Wild’, e desde aí fiquei com ideia de ir ao Alasca. No ano passado, o Ângelo virou-se para mim e disse ‘embora!’ Voltei do Brasil, estive um mês em Portugal e arrancámos”.
Nos Estados Unidos, os atores tiveram a companhia de um guia norte-americano e viajaram numa pick up. “Ele, o Drew, dormia na carrinha e eu e o Ângelo montávamos a tenda onde parássemos. Foram 15 dias de desbravar mato!”.

“Tomámos banho na água do glaciar, gelada, foi ótimo, e fizemos uma caminhada de quatro horas para cima de uma montanha e acampámos lá. Aquilo tinha um lago, inacreditável”.
Foi na montanha que a dupla viveu uma das maiores aventuras. “Não levámos as estacas e a tenda ficou escangalhada, mas deu para dormir lá dentro. Cada vez mais só quero arrancar e viajar”, diz Pedro Sousa.
A amizade com Ângelo Rodrigues ganhou raízes. “A nossa amizade ficou fortalecida, partilhamos um T0 e aquilo foi duro. Caminhadas brutais, comer com ‘camping’ gás, essa dureza faz com que a irmandade fique mais forte”.