Pêpê Rapazote quer produzir séries e filmes para expandir Portugal no “streaming”

No “ar”, na RTP1, na segunda temporada de “Operação Maré Negra”, Pêpê Rapazote assume-se, cada vez mais, como um ator internacional. Segue-se a produção de filmes e séries para “contar boas histórias” do nosso país.

Fala quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Francês) e, depois do sucesso em Portugal em várias novelas e séries – como “Pai à Força” -, estabeleceu-se no estrangeiro, onde participou em “Narcos” ou “Shameless”.

Agora, pode ser visto na RTP1, às sextas-feiras, na série “Operação Maré Negra”, que aborda a luta entre traficantes de droga e a polícia e que reúne o espanhol Jorge Lopez como protagonista e a atriz Soraia Chaves.

Além do interesse que este trabalho lhe despertou (já lá vamos), o intérprete fala da vontade em produzir conteúdos, ao mesmo tempo que representa. “Não sei se vou ficar mais tempo em Portugal, ando ai a preparar uns novos projetos de produção. É uma área na qual acho que posso acrescentar um bocado a este país”, começa por afirmar. “Contar histórias portuguesas, passá-las para plataformas de ‘streaming’ internacionais. Temos tantas histórias boas para contar e somos um país da Europa ocidental que menos as conta porque somos pequeninos”, acrescenta.

O segredo para o possível sucesso? A rede de conhecimentos internacionais do ator. “Com contactos que adquiri ao longo dos últimos 15 anos acho que tenho uma boa posição. E é mesmo um plano A, juntamente com a representação e a arquitetura e o imobiliário, onde também estou em força na linha da frente”.

Sobre “Operação Maré Negra” os maiores elogios. “Mais uma grande produção. É o resultado de uma colaboração de longa data entre a TV Galiza e a RTP e, agora associada à Prime Vídeo, a coisa saiu bastante bem”, refere. “Há atores de três nacionalidades e a série é falada em português e galego”, nota o ator, que já está habituado a séries de narcotráfico depois de “Narcos”. “É uma linha de produção (risos)”.

“Foi um convite muito interessante e é simpático porque a chegada da cocaína à Costa Atlântica de Portugal e da Galiza está muito bem retratada. É engraçado contar esta história com várias personagens presas por estarem associadas ao narcotráfico. Passamos grande parte do tempo na prisão com brasileiros, colombianos, mexicanos e galegos. A minha personagem é do Porto, é um dos chefes da prisão, que tem um sócio galego, comanda as operações do lado de dentro”, explica.

“Todas as tensões que existem na prisão são reguladas por este par de narcotraficantes que decidem quem é protegido e quem é deitado aos leões. Espero que venha a terceira temporada, que seria muito simpática. A edição está muito bem conseguida”.

“Como é que me preparei para o papel? Muita cerveja Estrella Galicia, que é uma religião na Galiza (risos). Acabei uma série dez dias antes de começar esta e por isso não tive grande preparação, mas conheço muito bem os malandros do Porto que possam ser esta personagem na Galiza. É um tipo com alguma vaidade, com um bocadinho de sotaque. O Porto é a minha cidade e o meu coração só tem uma cor… azul e branco”, remata, em jeito de brincadeira.