Plágio? Fernando Tordo quer que se investigue “O Jardim”, de Isaura e Cláudia Pascoal

Por “não se estar a falar só de cantigas”, mas “da existência ou não de um crime”, Fernando Tordo exige, numa mensagem partilhada no Facebook, que se prove que o tema que representará Portugal no Festival Eurovisão da Canção não é um plágio.

Falar da edição deste ano do certame organizado pela RTP é (também) falar das acusações de plágio que assombraram os concorrentes do Festival da Canção.

Primeiro, internautas apontaram semelhanças entre o tema “A Mesma Canção”, composto por Paulo Praça e interpretado por Maria Amaral na primeira semifinal do evento, e “Scars To Your Beautifull”, da canadiana Alessia Cara. As alegações de plágio acabaram por ser esquecidas, talvez por não ter sido conseguido o apuramento para a final do festival.

Na semana seguinte, Diogo Piçarra é acusado, também nas redes sociais, de ter plagiado um canto litúrgico da Igreja Universal do Reino de Deus. O músico, autor e intérprete de “Canção do Fim”, nega o plágio, embora não rejeite as semelhanças entre os dois temas.

Em exclusivo à N-TV, Luís Jardim, com “o curso de musicólogo tirado nos Estados Unidos”, fez a leitura escrita das duas músicas e afirmou, perentoriamente: “Isto não é plágio nem aqui nem na China”. As provas, disponibilizadas pelo produtor musical, podem ser vistas aqui.

Todavia, Diogo Piçarra, o participante que mais votos do júri e do público somou no Festival RTP da Canção, já havia anunciado a sua desistência. A competição continuou e o tema composto por Isaura e interpretado por Cláudia Pascoal foi o escolhido, no passado domingo, para ser o hino do nosso país no Eurofestival.

“O Jardim”, o novo alvo da Internet

Há, todavia, novas acusações de plágio a circular na Internet. E relativas a “O Jardim”. Cibernautas comparam o tema vencedor do certame da RTP com “To Build a Home”, dos Cinematic Orchestra.

Em declarações ao “Jornal de Notícias”, Isaura diz que a canção que integrou a banda sonora do filme “Brokeback Mountain” “não tem nada a ver” com a que compôs. “Acho que as pessoas já não sabem o que é plágio e às vezes dizem isso por acharem as músicas parecidas, o que não é de estranhar pois vivemos num mundo de influências”, referiu.

Fernando Tordo pede, contudo, explicações. O músico, que concorreu à edição deste ano do Festival RTP da Canção com um tema interpretado por Anabela, que chegou à final do concurso, ouviu “dizer que a cantiga que ganhou o Festival é ainda mais plágio do que a outra que desistiu”.

Anabela e Fernando Tordo. Fotografia: Pedro Rocha/Global Imagens

Na mensagem publicada, esta quarta-feira, no seu perfil de Facebook, Tordo diz que a situação é “grave”. “Porque já está escolhida para representar a RTP no Eurofestival. Mas falta a prova. Onde está a prova? Se é para esconder, é uma calúnia nojenta. Se existe e serve de prova, que seja mostrada pública e oficialmente”, considera.

Ouço dizer que a cantiga que ganhou o Festival RTP é ainda mais plágio do que a outra do que desistiu. Bom. Agora é…

Publicado por Fernando Tordo em Quarta-feira, 7 de Março de 2018

A voz da célebre “Tourada”, que representou Portugal na Eurovisão em 1973, sublinha que “não se está a falar só de cantigas”. “Estamos a falar da existência ou não de um crime”, remata.

TEXTO: Dúlio Silva