Pontapé de saída. Canal 11 arranca no início da época

A plataforma da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai para o ar no início da nova temporada desportiva, que começa em agosto, com a final da Supertaça. Nuno Santos, diretor do “11”, refere que “há uma vaga de conteúdos que se podem gerar para essa altura”.

A primavera e, nomeadamente, o mês de abril foram apontados para a estreia do Canal 11, a plataforma da FPF, mas a televisão da Federação vai estrear-se, apenas, no início da época desportiva, provavelmente em agosto, com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira.

A garantia foi dada pelo diretor do canal, Nuno Santos, em entrevista ao jornal “Observador”: “A decisão está tomada. Nós vamos arrancar quando tem lógica que um canal com este perfil arranque, que é no início da época desportiva”, começou por referir o responsável, que recorda que o organismo federativo nunca se comprometeu com datas.

“De facto, ouvi muitas datas, mas nunca houve um compromisso da nossa parte com nenhuma. Internamente, defendi muito a solução de arrancar no início da época desportiva, porque tem a ver com uma vaga de conteúdos que se podem gerar para essa altura”.

Na entrevista, Nuno Santos não se inibiu de comentar o fim do protocolo entre a FPF e a RTP – que previa a cedência de meios humanos e técnicos – depois de o assunto ter entrado no debate político com muitas críticas do Bloco de Esquerda (BE).

“Quando nós partimos para um acordo daquela natureza é porque ele é interessante e bom para as duas partes. Se ele é mal entendido e mal compreendido… A Federação entendeu fazê-lo porque a visão do presidente Fernando Gomes é que a Federação é uma instituição que, pela sua natureza, existe para agregar e não para dividir. Quando nós desobrigámos a RTP do protocolo fizemo-lo também porque não queremos colocar ninguém numa situação em que isso surja para dividir. A relação da RTP com a Federação Portuguesa de Futebol tem muito tempo. E acho que seguirá no futuro”, clarificou o diretor do “11”.

O assunto coincidiu com a saída de Carlos Daniel do projeto e o regresso do jornalista à RTP.

“Se partirmos da situação geral, que é mais importante, para a situação particular, é óbvio que isso tornou a situação do Carlos [Daniel] bastante incómoda. E nós também tomámos a iniciativa de dizer: ‘Bom, isto deve ser clarificado’”, prosseguiu.

Nuno Santos recordou, aliás, que conhece o profissional há décadas. “Uma das primeiras pessoas que eu conheci, embora eu em Lisboa e ele no Porto, antes de nos conhecermos pessoalmente, foi o Carlos Daniel. [Conheci-o] na Rádio Comercial. Eu fazia a coordenação das tardes, ele era… narrador, relator… já nem sei como é que isso se diz. Eu sou um ano mais velho do que ele, um ano e picos. E, portanto, entre essa fase da Rádio Comercial, a TSF, a RTP, a SIC, para a qual ele veio a convite do Rangel, mas também meu, em 2000, a RTP outra vez, e agora o ’11’, nós temos uma história”.

Sai o jornalista, mas fica a obra. “A marca que o Carlos Daniel deixa aqui até agora, na construção, na criação da equipa, na formatação dos conteúdos, está cá. E devo fazer-lhe esse agradecimento. Esse trabalho está cá, esse trabalho fica”, rematou.

TEXTO: Rui Pedro Pereira

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